Contra a Reforma da Previdência
Crivella: Senado mudará pontos
da Reforma

Crivella, que é da base do governo, ouve Alexandre
criticar Reforma da Previdência
O
senador Marcelo Crivella (PL) esteve no auditório da DS/RJ na
tarde de ontem para debater a Reforma da Previdência com os AFRF.
O senador, que veio de Brasília exclusivamente para reunir-se
com a categoria, declarou que tudo se decidirá nas próximas
três semanas e que é preciso encher os corredores e gabinetes,
ressaltando a importância da presença de uma categoria
qualificada como a dos AFRF no Congresso.
Na abertura,
o presidente da DS/RJ, Alexandre Teixeira, expôs ao senador os
argumentos dos servidores públicos. Alexandre destacou a necessidade
de abandonar esta visão fiscalista da reforma, que deve fazer
justiça. Alexandre mostrou aos presentes que mesmo em uma perspectiva
de ajuste fiscal, a reforma é prejudicial. Outras medidas seriam
mais eficientes sem precisar mexer na Constituição e sem
suprimir direitos trabalhistas, atacando, por exemplo, absurdas renúncias
fiscais em favor do capital.
A professora
Sara Granemann, da UFRJ, lembrou que os efeitos da aposentadoria pela
contribuição dos servidores nos dois regimes, contando
a tempo anterior a 1990, defendida pelo ministro Berzoini, reproduz,
na prática, uma proposta da EC 20/98 que foi rejeitada pelo Congresso.
Segundo ela, para um servidor com 29 anos de serviço público
federal, ambas significam uma redução de 30% na aposentadoria.
Antes de
passar a palavra ao senador, Alexandre anunciou as entidades presentes
e abriu o microfone aos representantes das três esferas do serviço
público. Janete Luzia (ANDES-SN) falou pelos federais, Telma,
do SINTUPERJ, e Roberto Mello, do SINFRERJ, falaram pelos estaduais
e Arlei Assucena, da ASPREV, falou pelos municipais.
Alternativa é encher os corredores
de AFRF
Eu
também não gosto desta reforma, afirmou o senador
Marcelo Crivella assim que iniciou sua participa-ção.
Mas não escondeu que a situação é difícil
e que a reforma conseguiu opinião favorável da população.
Ele afirmou que quer mudanças e que não acredita que o
Senado será um carimbador da reforma aprovada na
Câmara.
É
o momento de os corredores do Senado serem palco desta batalha,
que ele entende muito justa. Crivela acredita que a PEC 67 será
aprovada e as mudanças não serão tantas quanto
se desejaria, mas que é possível melhorar alguns pontos.
Em sua avaliação pelo menos dois pontos devem ser mudados:
a instituição de controle social sobre os fundos de pensão
que vierem a ser criados e as regras de transição. O senador
acha difícil alterações na paridade e na integralidade,
mas pode-se conseguir que a redução das pensões
valha apenas para futuros pensionistas. Crivella afirmou que nunca foi
a favor e que não votará pela taxação dos
inativos.
ESTRATÉGIA
Marcelo
Crivella revelou que a Reforma passará na Comissão de
Constituição de Justiça e deverá ser modificada
no Plenário. Um acordo do Presidente Lula com os líderes
partidários resultará na rejeição total
das emendas individuais, restando então as emendas de bancada
apresentadas pelos partidos da base aliada, que vão negociar
com o governo as modificações necessárias. Como
são sete os partidos aliados, sete serão os pontos que
podem sofrer modificações. Por isso, o Unafisco deve reforçar
o trabalho parlamentar junto aos líderes para convencer os partidos
a acatar as emendas aprovadas pelos AFRF na plenária nacional
e na Assembléia Nacional.
Participaram
do encontro com Marcelo Crivella cerca de 80 AFRF, representantes de
mais de dez entidades de servidores públicos das três esferas
e do Fórum Fluminense em Defesa da Previdência Pública.