A Assembléia Nacional de quinta-feira, dia
09, será
realizada somente no auditório da DS/RJ, às 14:30h.
DS ocupa espaços na imprensa para defender
a categoria
A DS/RJ tem procurado manter-se em contato com a imprensa,
princi-palmente carioca, com a preocupação de evitar que
generalizações e injustiças sejam cometidas contra
AFRF. Nos últimos dias, o presidente, Alexandre Teixeira, esteve
em entrevistas na Rede CNT, na Rádio CBN e no programa Faixa
Livre, da Rádio Bandeirantes. A partir de correio eletrônico
de um associado, a DS também busca que o jornalista Miguel Paiva,
da Rede Brasil/TVE, reconsidere observações que fez durante
o noticiário da emissora. Paiva defendeu a extinção
dos fiscais. Após troca de correspondências nos últimos
dias, recebemos do jornalista sinalização de que tinha
percebido excessos e descuido em seus comentários. Ontem à
noite, Miguel Paiva admitiu levar ao ar as considerações
do Unafisco sobre o caso. As correspondências estão no
verso.
Nas entrevistas, o Unafisco Sindical defende a rigorosa apuração
dos casos e a punição exemplar em caso de comprovação
de culpa, resguardados os direitos constitucionais a que todo cidadão
faz jus. Junto a isso, a DS tem chamado a atenção para
aspectos estruturais da Receita que não são alvo de devida
atenção. Há muito tempo, o sindicato alerta para
a fragilidade dos sistemas de informática, denuncia deficiências
nos procedimentos internos e condena a leniência da legislação
com os sonegadores. Lembramos sempre que a criação da
Corregedoria foi reivindicação da categoria.
ASSESSORIA JURÍDICA E GESTÕES
JUNTO À GRA E CORREGEDORIA
No dia 30 de setembro, a DS prestou assistência
a todos os AFRF in loco e tem apoiado seus familiares. Quatro AFRF que
utilizaram a assessoria jurídica da DS/RJ obtiveram hábeas-corpus
impetrados pelo Dr. Paulo Henrique - embora concomitan-temente o juiz
Lafredo Lisboa tenha revogado as prisões - e continuam, até
o presente momento, usando a assistência jurídica da DS/RJ.
Já anteriormente, o AFRF Fernando José da Rocha Velho
teve seu pedido de prisão revogado por solicitação
do Dr. Paulo Henrique, em que pese a importância das gestões
do Corregedor e das manifestações de apreço que
Velho recebeu em seu local de trabalho. Pouco antes da entrevista coletiva
em que relatou a forma como foi tratado, Fernando Velho foi recebido
com festa em sua sala por mais de 50 colegas, com direito a cartaz na
parede e bolas de gás. A exoneração do cargo de
chefia de Fernando Velho, publicada no diário oficial do dia
2 de outubro, foi revogada no dia 7, através da Portaria SRF
1.446/2003.
A DS/RJ tem insistido junto aos órgãos competentes que
procedam à apuração com rigor e cautela, para que
não se repita o que aconteceu a Fernando Velho. Podem haver outros
casos como o dele, preso indevidamente e exposto à imprensa sem
justificativa.
Recentemente, a DS/RJ enviou ofícios para a GRA e para a Corregedoria
solicitando esclarecimentos sobre a presença da imprensa durante
a operação de busca e apreensão no prédio
do Ministério da Fazenda. Os repórteres chegaram antes
e acessa-ram as salas junto com a Polícia Fede-ral, gerando constrangimento
a todos os que estavam nos setores, inclusive filmando o corregedor
manipular documentos que poderiam estar protegidos pelo sigilo fiscal.
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Palestra
Reforma Tributária
Dia 08 de outubro, às 17 h
Alexandre Teixeira
(presidente da DS/RJ)
Eduardo Serra
(Economista)
Local: CUT/RJ
Avenida Presidente Vargas, 502 - 15º andar - Centro/RJ
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Correspondências com a Rede Brasil de TV
No dia 02 de outubro, o jornalista Miguel Paiva fez os seguintes
comentários, que causaram indignação aos AFRF
Impunidade e futebol
Já estamos tão saturados de escândalos
de corrupção que nem nos impressionamos mais. Debochamos,
rimos, a galera que assiste os noticiários de TV na rua, nas
lojas nem se choca mais. É tudo a mesma coisa, o cartola do futebol,
o bandido em Bangu 1, o policial envolvido, os fiscais. Aliás,
a profissão de fiscal deveria ser extinta. Com honrosas exceções
quem fiscaliza rouba até mais do que o suspeito alvo de fiscalização.
A profissão de ladrão outrora folclórica, enredo
de filmes, musicais e milhares de romances aqui no Brasil se diluiu
em várias outras. Como ninguém é preso o roubo
acaba tentando todos os tipos com mais ou menos caráter. Como
querer que o país funcione segundo regras se quem tem poder não
fiscaliza, quem fiscaliza rouba, quem julga absolve? Fica difícil.
O noticiário da corrupção é como a resenha
esportiva. Todo mundo lê, todo mundo comenta e todo mundo põe
a culpa no juiz. É preciso acabar com a impunidade, no campo
de futebol e na sociedade em geral.
No dia 03/10, a DS/RJ enviou correspondência para a Rede Brasil
de TV, relatando protestos recebidos de Auditores-Fiscais da Receita
Federal que acompanharam o noticiário da emissora na noite do
dia 02 de outubro. A seguir as respostas de Miguel Paiva e as ponderações
da DS.
Em 03/10, 17:49h
Caros senhores,
Venho através desta lamentar o mal entendido em
relação ao meu comentário na TVE do dia 2 de outubro.
Diante da indignação que vem nos causando o noticiário
de sucessivos escândalos contra os cofres públicos e a
participação de pessoas ligadas à polícia,
à receita e aos demais orgãos públicos é
natural que pequemos por excesso na nossa reação. Deixo
claro também no texto que existem honrosas exceções.
Talvez sejam em maior número do qu eu imagino e espero que isso
se confirme. Temos todos que estar alertas para que a corrupção
possa de fato ser minimizada nesse país. Prefiro até que
se peque por excesso de zelo do que por excesso de recursos e conchavos
que acabam resultando em impunidade. O que se pede é justiça
e que ela seja cumprida. Perdoem-me os que se sentiram incluidos na
minha indignação mas é hora de atacarmos quem rouba.
Espero que as honrosas exceções confirmem a regra e demonstrem
ao país que podemos mudá-lo.
Reconheço meu excesso e talvez descuido, mas espero que continuemos
do mesmo lado preservando nossas profissões no que elas têm
de melhor, a fiscalização que é parte do trabalho
do jornalista também e a denúncia das injustiças.
Minhas sinceras desculpas e meu votos de boa sorte na tarefa dificil
mas digna do trabalho de vocês.
Miguel Paiva
Em 07/10, 13:09h
Ao jornalista Miguel Paiva
Primeiramente agradecemos a pronta atenção
dispensada a nossa comunicação. Quanto ao mérito,
reivindicamos uma inversão necessária para que se faça
justiça aos fatos: exceções são aqueles
que se desviam do caminho ético na condução de
suas atribuições e não o contrário. Fiscais
honestos e compromissados com o serviço público são
a maioria esmagadora de nossa categoria e não podem ter maculada
a sua honra, pagando pelos erros de uma fração de seus
quadros, esses sim as exceções.
Também pecamos igualmente pelo excesso de zelo e prova disso
são as sucessivas denúncias que fazemos, desde 1995, das
fragilidades estruturais que a Receita Federal comporta em seus procedimentos
de controle e na segurança de seu sistema de informática,
bem como na própria legislação, que consideramos
leniente.
Estes aspectos últimos jamais mereceram da imprensa a atenção
adequada, o que poderia contribuir e muito para blindar a SRF contra
a ação de pessoas mal-intencionadas. Sobre isso, voltamos
a sugerir que tenhamos a oportunidade de colocar no ar a nossa defesa
de uma atitude preventiva, centrada em soluções sistêmicas,
indo além da investigação de fatos consumados.
Isto posto, seria desejável que o reconhecimento do excesso e
descuido pudesse chegar também para a audiência, tão
merecedora do reparo quanto nós.
Cordialmente,
Marcelo Ficher
Assessoria de Comunicação DS/RJ
Em 07/10, 14:03h
Caro Marcelo,
Obrigado também pela sua resposta. Todos aqueles
que estão dispostos a tentar de alguma maneira moralizar esse
país tão injusto merece o respeito de todos nós.
Sugiro portanto que vocês me mandem os pontos importantes desse
trabalho de fiscalização e moralização contra
essa minoria e faço um comentário em seguida sobre isso
e sobre e a indignação de vocês em relação
a essas pessoas que desonram a profissão.
Nada melhor do que enfatizar esses detalhes.
Coloco-me a disposição e aguardo as informações.
Atenciosamente,
Miguel Paiva