|
 |
Informe
UNAFISCO
SINDICAL
Rio de Janeiro
|
Boletim n° 147 Rio
de Janeiro, 08 de dezembro de 2003
|
|
Atuação do Unafisco
foi decisiva na reconquista de direitos na paralela?
Este é o título de matéria no Boletim
º 1.528 (em anexo), do dia 05/12/2003, porém, o conteúdo
do texto demonstra inequivocamente que entramos no jogo do governo,
quando uma suposta "ameaça" de apresentação
de emendas fez com que o relator da PEC-77 "negociasse" alguns
pontos do projeto. Diferentemente do noticiado, o que se teve informação
pela imprensa era de que a PEC-77 já havia recebido 112 emendas.
Os representantes dos servidores aceitaram "negociar" alguns
temas com o relator, na verdade, atuando no estreito limite demarcado
pelo próprio senador, ou seja, somente se discutiria paridade,
regras de transição e subteto (dos Estados). Deste modo,
fazemos os seguintes questionamentos: E os outros pontos com igual importância?
Não se pode, pelo menos neste momento, desrespeitar decisão
da categoria, tirada em A.N, de não haver prioridade para um
ponto em detrimento dos demais.
Que fim levou a discussão da não taxação
de aposentados e pensionistas (para todos)? E não somente para
aqueles com mais de 75 anos, portadores de moléstia grave.
Por que não consultar a categoria sobre o que ela acha da decisão
de que "O entendimento do Unafisco e das demais entidades, naquele
momento, foi de que não seria possível rever, na PEC-77,
todos os pontos negativos da PEC- 67.", aceitando um "patamar
mínimo de reivindicações, que consideraria os seguintes
aspectos: paridade, redução da contribuição
dos aposentados e redutor das pensões, já que era impossível
retirá-los do texto constitucional, e uma regra de transição
melhor"? Por que aceitar limitações da discussão,
nesta fase da negociação, já que a proposta (PEC-77)
teve início no Senado e ainda vai para a Câmara? Por que,
ao contrário do "acordo" com o relator, não
tentarmos "forçar" o máximo de emendas que visem
a restabelecer todos os direitos retirados e não apenas aceitarmos
discutir os pontos que ele (em nome do governo) admite incluir no seu
relatório? A pressa e o atropelo na tramitação
somente "beneficia" o governo e o Senado, principalmente o
senador Paim, o "negociador dos servidores na PEC-77". A alegada
negociação com o ministro Berzoini, que "pressionado"
pelo Unafisco, nos argumentos do seu diretor Delarue: "Afirmamos
que, diante de tanta intransigência do governo, iríamos
trabalhar pela inclusão de emendas à PEC-77", aceitou
"rever" a questão da paridade, a isenção
até R$ 4.800,00, para os aposentados com moléstia grave
e a participação dos servidores nos conselhos que irão
administrar os fundos de pensão, contraria as deliberações
da categoria, reproduzidas na página a seguir (aprovadas na Assembléia
Nacional de 01/09/2003).
CONSIDERAÇÕES PARA A
ASSEMBLÉIA NACIONAL DE 01/09/2003
6 - O indicativo 2 submete à categoria a decisão sobre
a manutenção do indicativo de rejeição à
PEC 40, aprovado anteriormente, ou sua itemização. A DEN
esclarece que, embora as bandeiras relacionadas abaixo signifiquem,
em seu conjunto, a rejeição à PEC, a estratégia
de abordagem será diferente. Caso a categoria concorde em itemizar
a pauta de reivindicações, a Plenária Nacional
indicou as bandeiras de luta abaixo, sem ordem de prioridade:
a. Integralidade e paridade para os atuais e futuros servidores;
b. Fim do redutor das pensões;
c. Manutenção das regras de transição
da EC 20/98;
d. Não à taxação de aposentados e pensionistas;
e. Manutenção do regime único e próprio
dos servidores, inclusive para futuros;
f. Não aos fundos de pensão complementar.Estaremos elaborando
textos contendo argumentação e dados correspondentes
a cada item acima, relacionando-os ao projeto da PEC 40, os quais
farão parte de uma pauta ampliada, a ser apresentada aos senadores.
Estaremos elaborando textos contendo argumentação e dados
correspondentes a cada item acima, relacionando-os ao projeto da PEC
40, os quais farão parte de uma pauta ampliada, a ser apresentada
aos senadores.
O Unafisco desistiu do segundo turno da PEC-67? Como ficam os senadores
que votaram a favor dos servidores públicos no primeiro turno?
Estão, por nós, liberados para mudarem de posição?
Queremos a aprovação de nossas emendas na PEC-67.
Queremos a inclusão de todas as emendas possíveis à
PEC-77, não aceitamos negociação a partir de promessa
de participação dos servidores nos conselhos que irão
administrar os fundos de pensão, pois, em momento algum, a categoria
foi consultada sobre esta possibilidade. Não tem cabimento entregar
o jogo no primeiro tempo. Está claro que a reconquista dos nossos
direitos usurpados só estará garantida após a promulgação
da PEC-77, como emenda constitucional, restabelecendo-os e não
agora, quando a proposta começa a tramitar.
Boletim Informativo DEN
N° - 1528 - 05/12/2003
"Atuação do Unafisco foi decisiva
na reconquista de direitos na paralela"
A inclusão de pontos como paridade, regra de transição
e subteto na "PEC Paralela" foi fruto de um intenso trabalho
do Unafisco e das demais entidades do funcionalismo público.
Após a aprovação da reforma da Previdência,
em primeiro turno, pelo plenário do Senado, no último
dia 26, o relator da reforma, senador Tião Viana (PT-AC), afirmou
ao diretor de Assuntos Parlamentares do Unafisco, Pedro Delarue, que
o governo não estava blefando em relação à
"PEC Paralela" e convidou o Unafisco a participar de uma reunião
na segunda-feira, dia 1º de dezembro, quando ele iria mostrar às
entidades o relatório da PEC 77.
Na reunião, Viana pediu o aval dos servidores ao relatório,
sob o argumento de que, com o apoio das entidades, a oposição
não iria apresentar emendas ao relatório e a PEC poderia
tramitar de forma mais célere. De forma contundente, o Unafisco
ressaltou que o relatório atendia a alguns interesses específicos,
como o dos militares, do PMDB e do próprio governo e não
garantia praticamente nada aos servidores.
O Sindicato argumentou que a pressa na aprovação da PEC
77 atendia aos interesses do governo e que, portanto, as entidades só
deixariam de considerar a hipótese de não apresentar emendas
ao relatório se fossem modificados diversos pontos. "Nesse
momento, Viana percebeu que se quiséssemos poderíamos
apresentar mais de cem emendas à PEC 77, o que atrapalharia todos
os planos do governo. Abriu-se, então, o caminho para novas tratativas
e foi marcada a reunião entre as entidades e o ministro Ricardo
Berzoini", relembra Delarue.
O entendimento do Unafisco e das demais entidades, naquele momento,
foi o de que não seria possível rever, na PEC 77, todos
os pontos negativos da PEC 67. A solução encontrada foi
estabelecer um patamar mínimo de reivindicações,
que consideraria os seguintes aspectos: paridade, redução
da contribuição dos aposentados e redutor de pensões,
já que era impossível retirá-los do texto constitucional,
e uma regra de transição melhor. Definidos esses pontos,
o Unafisco foi à luta. Durante toda a semana passada, a presidente
da entidade, Maria Lucia Fatorelli, e outros diretores, como o primeiro
vicepresidente, Marcello Escobar, estiveram no Senado Federal acompanhando
os entendimentos."É importante lembrar", diz Maria
Lucia, "que em todos os momentos o Unafisco trabalhou em prol do
conjunto dos servidores públicos". Esse compromisso com
as demais categorias é coerente com o posicionamento da DEN,
que sempre defendeu um Estado forte. "E só conseguiremos
isso com todas as categorias fortalecidas, sejam elas da área
da Saúde, Educação ou do Fisco", completou
Maria Lucia.
Encontro com Berzoini
Na reunião com Berzoini, o Unafisco falou em nome de todas as
entidades. O ministro abriu a conversa adiantando que o governo nada
tinha a acordar com as entidades sindicais. "Afirmamos que, diante
de tanta intransigência do governo, iríamos trabalhar pela
inclusão de emendas à PEC 77", argumentou Delarue.
Berzoini, então, aceitou rever a questão da paridade para
os atuais servidores, a isenção até R$ 4.800 para
os aposentados com doenças incapacitantes - conforme emenda apresentada
pelo Unafisco - e a participação dos servidores nos conselhos
que irão administrar os fundos de pensão. Manteve-se,
porém, irredutível com relação à
regra de transição, à imunidade para os maiores
de 75 anos e ao redutor de pensões.
Na quarta-feira, o esforço das entidades no Senado Federal foi
no sentido de garantir a imunidade aos maiores de 75 anos e uma regra
de transição menos draconiana, o que só foi possível
graças à intermediação do senador Paulo
Paim (PT-RS). As entidades passaram o dia no Congresso Nacional, reunindo-se
com senadores e lideranças partidárias, na busca de um
consenso. Foram realizados encontros com Paulo Paim, Tião Viana,
José Agripino (PFL-RN), Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Jefferson
Peres (PDTAM).
Ao final, o ministro Berzoini teve de aceitar novas regras de transição,
mas manteve-se irredutível em relação à
cobrança previdenciária dos aposentados. O resultado foi
o texto aprovado na quinta-feira, dia 4 de dezembro, na CCJ, e a realização
de um acordo de procedimento que permitirá a tramitação
célere da PEC 77, para que ela seja votada em primeiro turno
pelo plenário do Senado antes da votação, em segundo
turno, da PEC 67. Depois de passar pelo Senado, a PEC 77 irá
para a Câmara dos Deputados. "O nosso objetivo, desde o começo,
foi a derrubada da PEC 67. Não conseguimos, mas o trabalho que
realizamos para alterar pontos da reforma da Previdência nos credenciou
a conseguir alguns avanços na 'PEC Paralela'. Tivemos uma atuação
decisiva e o mesmo peso que outros atores envolvidos na negociação,
pois caso decidíssemos apresentar emendas, toda a tramitação
estaria prejudicada", avaliou Delarue."

|
|
|
|
 |