Assembléia Nacional reabre discussão
sobre as formas de mobilização
A Assembléia Nacional no Rio de Janeiro foi movimentada.
A DS/RJ é uma das delegacias que vêm manifestando discordância
com o encaminhamento da campanha salarial.
Apesar disso, a diretoria da DS/RJ decidiu encaminhar
pela aprovação dos indicativos, o que acabou acontecendo,
mas as críticas produziram algumas mudanças significativas.
A única exceção foi o indicativo 5, que solicitava
autorização para usar o Fundo de Mobilização
para pagar um parecer sobre as possíveis ações
na justiça contra itens da Reforma da Previdência aprovados
na Emenda 41/03. Para a DS/RJ, o fundo deve ser preservado e a despesa
sair diretamente do orçamento da DEN. Este foi o único
indicativo rejeitado na Assembléia Nacional no Rio de Janeiro,
com 66 votos contrários, 37 a favor e 04 abstenções.
Após sucessivas correspondências de diversas
delegacias sindicais nos últimos dias, já se observa uma
sutil, mas significativa, mudança na pauta de reivindicações.
Antes das críticas das DS, a equiparação se daria
em torno do salário atual dos delegados da Polícia Federal
para o topo da carreira (R$ 9.434,44). Agora começa a transparecer
que as críticas da DS/RJ foram absorvidas. O eixo mudou. Uma
evidência desse fato é que os diretores da DEN presentes
à Assembléia Nacional no Rio de Janeiro praticamente abandonaram
aquela tese para dizer que o pleito é a maior remuneração
do Executivo, que atualmente é, por acaso, a da Polícia
Federal.
É gratificante ver que as críticas contribuíram
para a unidade e para elevar a pauta de reivindicações,
que estava rebaixada. A Polícia Federal está em campanha
por equiparação com o Ministério Público,
cujos salários giram em torno de R$ 12.000,00. Esta, sim, é
uma bandeira condizente com a estatura da categoria, e não já
iniciar a campanha pedindo o mínimo, ou seja, aquele salário
final que vinha norteando as discussões.
Indicativos reabriram a pauta
A polêmica também produziu efeitos na condução
da campanha. O indicativo 3c, com aprovação parcial até
o momento, abre a pauta para a inclusão de novas reivindicações.
Ou seja, a categoria decidiu que só o reajuste emergencial pode
ser pouco e o Conselho de Delegados Sindicais (CDS), na próxima
semana, deve aprofundar a discussão sobre a pauta de reivindicações.
Daí podem surgir novas estratégias, que serão submetidas
à categoria em Assembléia Nacional. A DS/RJ defende que
itens sobre atribuições precisam constar da negociação.
Temos que aproveitar a mobilização pela campanha salarial
e reivindicar garantias contra o avanço em nossas atribuições
e a recuperação das que foram perdidas recentemente.
O CDS fará uma discussão profunda sobre
os rumos a serem tomadas daqui em diante e deve refletir sobre a condução
dos assuntos de interesse da categoria, inclusive o seu próprio
papel na estrutura do Sindicato. A apresentação do indicativo
para votar o reajuste emergencial antes do CDS reforça as referências
que a DS/RJ e outras vinham fazendo a uma inversão no processo
de decisão. Normalmente, as assembléias que antecedem
o CDS são locais e preparatórias àquele encontro.
A decisão de realizar uma Assembléia Nacional foi tomada
em conjunto pela Mesa do CDS e pela DEN para dar mais peso às
discussões (veja Carta da Mesa do CDS em anexo). Mas não
deveria ter caráter deliberativo às vésperas da
reunião do CDS, que corria o risco de ver esvaziadas suas funções,
o que não é saudável para a democracia no Sindicato.
A DS/RJ encaminhou favoravelmente aos indicativos, mesmo não
concordando com o teor e a oportunidade, por responsabilidade, no entendimento
de que desautorizar a DEN no meio de negociações com o
Executivo e o Congresso Nacional seria prejudicial a todos nós.
No entanto, a política do fato consumado não pode se perpetuar.
Hoje, as negociações podem até gerar efeitos positivos,
mas abdicar das instâncias decisórias é um risco
desnecessário.
A DS/RJ reconhece que foi de grande consideração
a presença de tantos diretores da DEN na Assembléia do
Rio de Janeiro para ouvir as divergências pessoalmente.
Está provado que não são as críticas
que corroem a unidade.
