AFRF do Rio não admitem a quebra da paridade
Manifestação reúne 150 ativos e aposentados
na porta do Ministério da Fazenda
Os AFRF cariocas fizeram manifestação, terça-feira,
dia 6, em frente ao prédio do Ministério da Fazenda. Usando
faixas, cartazes e bolas de gás, protestaram contra a possibilidade
de quebra da paridade. O governo vem insistindo em conceder reajustes
diferenciados aos aposentados e pensionistas, que receberiam apenas
um percentual do que será concedido aos ativos. Este é
um dos pontos de maior divergência nas negociações
com as mais diversas categorias de servidores públicos, que fecharam
questão em torno do princípio da paridade.
Por volta das 15:30h, cerca de 150 AFRF se concentraram
na escadaria do MF. Usando um carro de som, diretores da DS/RJ expressaram
indignação com a postura do governo federal. A vice-presidente,
Vera Tereza Balieiro, lembrou que a paridade é um dos três
pilares de sustentação do serviço público,
junto com a integralidade e a estabilidade. "Sem isso, muitos profissionais
estão indo para a iniciativa privada e quem paga o preço
é a população, que depende dos serviços",
afirmou. José Carlos Alves, 1º secretário de finanças
da DS/RJ, disse que "era lamentável ter que fazer uma manifestação
para obrigar o governo a cumprir a lei, a Constituição
Federal e a EC/41, que ele mesmo criou". Para o secretário
de Assuntos Jurídicos, Lenine Moreira, a quebra da paridade é
"apropriação indébita". Outros AFRF usaram
o microfone para lembrar que a defesa da paridade é uma bandeira
de servidores ativos e aposentados e que a unidade é fundamental
para a manutenção do direito de todos. Cada AFRF presente
à manifestação recebeu duas bolas de gás,
uma verde, representando a esperança, e uma branca, pela paz.
Nelas estava escrito: "PARIDADE = DIGNIDADE" e "respeito
aos aposentados e pensionistas".
Outras entidades de servidores públicos participaram
da manifestação. O presidente do SINDIFISP/RJ, Robson
Lassarot, sugeriu que o protesto incluísse todos os governos
estaduais e municipais que não respeitam os aposentados. Também
estiveram presentes representantes da AFAITERJ, FENAFE/ASPI UFF, Fórum
Fisco/RJ, entre outras.
AFRF entregam carta contra a ameaça de quebra
da paridade ao gabinete do superintendente da 7ª RF
No encerramento da manifestação, um grupo
de 20 AFRF dirigiu-se ao gabinete da superintendência para entregar
uma carta que expressa o sentimento da categoria sobre a intenção
de o governo quebrar a paridade. Na ausência do superintendente,
o grupo foi recebido pelo assessor Rubem de Oliveira, que se comprometeu
a transmitir a ele a disposição dos AFRF do Rio de resistir,
inclusive com a greve, se as proposições do governo ferirem
nossos princípios. Também foi solicitado que a mensagem
chegue o mais rápido possível às mãos do
SRF, Jorge Rachid, que participa diretamente das negociações
em Brasília.
Dia 13, paralisação e assembléia
Caso o governo não atenda satisfa-toriamente às
reivindicações dos AFRF, o dia 13 de abril marcará
o início das paralisações na Receita Federal. Esta
possibilidade está cada vez mais próxima, porque, conforme
relatos no Boletim da DEN, o governo mostra-se inflexível nas
negociações, além de omitir o que consta de seus
planos de reestruturação da SRF, dos quais fariam parte
o reajuste salarial da carreira. A proposta de gratificação
vinculada ao incremento da arrecadação (GIA), que poderia
variar de 0% a 30%, não agrada à categoria, ainda mais
sem a explicitação de critérios e metas factíveis.
Lutamos por reajuste salarial que eleve nossa tabela de vencimentos
básicos ao mesmo patamar de remuneração dos procu-radores
do Ministério Público Federal.
Portanto, devemos estar prepara-dos para uma grande mobilização,
porque somente assim poderemos demover o governo de suas posições
até agora irredutíveis. Entre os dias 13 e 16 de abril,
o governo precisa sentir o peso da greve e, para isso, devemos buscar,
junto a cada colega, atingir o objetivo de fazer uma paralisação
total, a fim de continuarmos a negociar, mas com maior poder de pressão.
Lembramos aos colegas que a decisão de paralisar
nestes dias já foi toma-da e só será modificada
na hipótese de o governo fazer uma proposta aceitável.
Sendo assim, a assembléia servirá para organizar a mobilização,
cobrindo os pontos estratégicos para o sucesso do movimento.
Na última assembléia, tivemos a presença de 418
AFRF e no dia 13 este número deve ser ainda maior. Assembléia
lotada é mais uma forma de mostrar ao governo a disposição
de lutarmos pelos nossos direitos.