Desmentido do secretário
da Receita
Federal não encerra o assunto
O Secretário da Receita Federal, Jorge Rachid,
encaminhou carta à DEN em que desmente categoricamente nota
publicada pela Revista Época no fim de semana passado. Segundo
a revista, estaria em estudos no âmbito da Receita a transferência
do controle aduaneiro para a iniciativa privada, por conta da impossibilidade
de o Estado fazer os investimentos necessários para qualificar
o setor.
Em reunião com a superintendência da Receita no Rio de
Janeiro, diretores da DS/RJ obtiveram a informação de
que não se conhecem quaisquer estudos na 7ª RF na direção
apontada pela Revista Época. No entanto, o desmentido do SRF
não deve se prestar a desmobilização dos AFRF
quanto ao tema. Há alguns meses, a secretária-adjunta
da SRF, Clecy Lionço, também viu-se obrigada a desmentir
informações publicadas na imprensa sobre transferência
de atribuições para empresas de logística nos
portos e aeroportos.
Os AFRF têm conhecimento de que há discussões
sobre um novo Regimento Interno, mas jamais tiveram acesso ao seu
teor. Devemos recordar que o SRF declarou, em reunião com Delegados
Sindicais, em Brasília, que a reestruturação
da tabela remuneratória dos AFRF fazia parte de um projeto
de reestruturação maior de toda a Receita. Mas nunca
apresentou ao público, nem ao Unafisco, que projeto seria esse.
A tramitação do projeto de Parcerias Público-Privado
(PPP) é outra fonte de insegurança, visto que a modernização
de portos, por exemplo, está entre as prioridades listadas
pelo governo federal. Há dúvidas quanto à profundidade
desse entrelaçamento e não se pode permitir que as PPPs,
se aprovadas, extrapolem os limites determinados pela Constituição
Federal e desconsiderem o interesse nacional.
Houvesse mais transparência nos planos do governo para a Administração
Tributária, incluindo o controle aduaneiro, haveria menos espaço
para a especulação jornalística. Esperamos do
SRF mais que desmentidos e, sim, a apresentação de um
projeto consistente que transmita segurança institucional e
estabilidade funcional para que os AFRF possam cumprir suas obrigações
sem sobressaltos.
Até que se revelem os efetivos planos da SRF para a reestruturação
do órgão, os rumores sobre privatização,
parcerias, autarquização etc. seguirão encontrando
ressonância. Por isso, a DS/RJ não dá por encerrado
o assunto e estará atenta a qualquer movimentação
nesse sentido.
DS/RJ