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Informe
UNAFISCO
SINDICAL
Rio de Janeiro
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Boletim n° 213 Rio
de Janeiro, 21 de setembro de 2006
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Candidatos servidores públicos debatem
propostas na DS/Rio de Janeiro
A DS/Rio de Janeiro realizou terça-feira (19 de setembro) a última rodada do ciclo “Palestrando o Debate” antes de 1º de outubro. O debate reuniu cinco candidatos a deputado que são servidores públicos no Rio de Janeiro. Participaram os Auditores Fiscais da Receita Federal, Ana Mary, do PSOL, que concorre a uma vaga na Assembléia Legislativa, e Gilberto Bedran, do PHS, e Paulo Leone, do PRTB, que disputam vaga na Câmara dos Deputados, assim como as colegas Ceci Juruá, professora de economia da UFRJ e Clemilce Carvalho, AFPS, ambas do PDT. Entre os principais temas abordados destacaram-se Reforma da Previdência, Fusão dos Fiscos, Educação, Soberania Nacional e Parcerias Público Privadas (PPPs).
Os AFRF Paulo Leone, Gilberto Bedran e Ana Mary voltaram a debater suas propostas, nesta quarta-feira (20 de setembro), com os AFRF de Nova Iguaçu.
• Gilberto Bedran
É oriundo de uma família de políticos. Mas, segundo ele, foi a atual lacuna de liderança política no estado e a descrença do povo que o levaram efetivamente a aceitar o convite do PHS para disputar uma vaga na Câmara. “Em minhas andanças, percebi que o povo não acredita em candidato com mandato. Quer alguém que não tenha envolvimento com falcatruas, do tipo mensalão e sanguessugas. Fazendo outras contas, percebi que cerca de onze parlamentares não irão tentar a reeleição, ou porque irão buscar outros cargos, ou porque foram impedidos de concorrer. Tenho chances reais.
Economia – “Não queremos mais de 12 anos de arrocho econômico. O governo faz uma economia brutal para pagar dívida externa. Quem ganha são os banqueiros, porque os pobres ficam mais pobres, com os juros extorsivos, taxação dos inativos e retirada dos direitos do trabalhador. Essa política econômica que trava o crescimento do país, fazendo com que o Brasil vire um cassino, em que todos vêm para pegar dinheiro. O governo proclama que está tudo bem, mas para quem sai ás ruas sabe que não é nada disso”.
• Paulo Leone
Carrega a experiência política de ex-Secretário Municipal de Nova Iguaçu, sua cidade natal, e uma candidatura pelo PRTB a deputado Constituinte, que, segundo ele, só não se tornou realidade na época pela briga com o PDT, de Leonel Brizola, que era muito forte na região.
Exclusão social – “Política hoje é um caminho para ajudar as pessoas, e sabemos que o processo legislativo é um caminho para construir nossos ideais. Em minhas andanças pelas comunidades pude perceber a discrepância social que existe. Um país que não valoriza o jovem, o velho, os trabalhadores, vai valorizar quem? Fiz uma MBA no social, percorrendo comunidades, usando rádios comunitárias, Internet, o que me fez crescer e aprender muito”.
Fusão dos Fiscos - O que existe são os interesses dos fundos de pensão.
• Ana Mary
Militante na área dos direitos humanos, afirma que se não fosse a Carta de Declaração Universal dos Direitos Humanos, possivelmente não teríamos fundamentos para inserir na Constituição esses direitos fundamentais (seguridade social, dignidade da pessoa humana, dignificando o trabalho, igualdade a liberdade). Segundo a candidata, quando o governo taxou os inativos, violou o artigo 22 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. “Tanto violou, que estamos indo à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA reclamar contra o Estado brasileiro”. (O Unafisco apresentou uma ação pioneira na Organização dos Estados Americanos contra a reforma da Previdência). Ana Mary lembrou também que o PSOL registrou em cartório documento em que se compromete a buscar a anulação da reforma da Previdência.
Educação - “Os brasileiros têm 4,9 anos de estudos, contra 8,8 dos argentinos. Este é o nosso cenário da educação, tete à tete com a Costa Rica, que tem 3,1. Apenas 22% dos brasileiros terminam a escola primária, contra 51% da Argentina e 91% dos EUA. Vocês podem compreender por que o nosso principal foco de programa é a educação, universal e gratuita para todos.
Candidatura – “Fui honrada, como cidadã do Rio de Janeiro, pelo PT, um partido que apoiamos, um governo em que acreditávamos. Fomos para as ruas e construímos um novo partido, o PSOL, e hoje tenho o prazer de ter sido convidada pelo Babá (deputado federal) e a senadora (Heloísa Helena), que concorre à Presidência, para me apresentar como candidata a deputada estadual”.
Fusão dos Fiscos- É a concentração de recursos. Todo o dinheiro nas mãos de um só gestor, será o fim da previdência pública.
• Clemilce Carvalho
Auditora Fiscal da Previdência Social, pedagoga, matemática e estatística, trabalhou também como orientadora educacional na comunidade do Turano, no Rio de Janeiro. Garante que tem diversas bandeiras a empunhar em Brasília, mas, se eleita, o seu maior compromisso é provar que não existe rombo na Previdência Social. “Defendo de forma intransigente a seguridade social. Estamos cansados de ouvir os ministros dizerem que a Previdência está quebrada. Não está não. Interessa para eles dizerem isso. Trabalhei juntamente com o Adib Jatene, homem de bem, num estudo que comprovou que isso não é verdade”.
Educação – “Se os brasileiros tivessem mais quatro anos de escola, não teríamos um país esfacelado. Enquanto durar essa política, o governo lá no alto e o povo cá embaixo, tudo continuará como está. Foi assim que o governo do FHC acabou com a riqueza nacional”.
Categorias – “Nossa luta é em defesa do Estado brasileiro, bem como por melhores condições de trabalho, salário digno, educação e saúde. Quem paga as dívidas interna e externa são os trabalhadores com seus parcos salários. Se eleita, vou trabalhar em defesa das necessidades das nossas categorias e do povo brasileiro”.
Fusão dos Fiscos - A fusão dos fiscos não tem volta. Já está prevista na Constituição Federal. A Lei Orgânica dos Fiscos é exatamente juntar todos os fiscos.
• Ceci Juruá
Professora federal, chama a atenção para a sua “tríplice bandeira”: direitos trabalhistas e seguridade social, educação em tempo integral e soberania nacional. “Soberania nacional é a marca da minha vida”, afirmou. “Um governo justo deve dar soberania à Nação”, continuou. “Precisamos trabalhar pela unidade do povo brasileiro, precisamos pensar em bandeiras que unam o povo brasileiro.”
Direitos Trabalhistas - “O homem sem direitos é uma marca da Sociedade Anglo Saxã. A flexibilização dos direitos do trabalho, o homem descartável, é um modelo que talvez tenha dado certo nos Estados Unidos, Austrália, Holanda, mas não é o modelo ideal para o povo brasileiro”, afirmou.
Educação – “O governo diz que não há dinheiro para a Educação. Como não há dinheiro? Fiz um estudo e estimei em R$ 70 bilhões o custo da educação em tempo integral, para atender 22 milhões de crianças e adolescentes no ensino fundamental. Parece muito, mas é menos de 40% do que o governo destina à dívida pública. Esta bandeira é de fundamental importância”.
PPPs – “Trata-se de uma lei que coloca o Estado a reboque dos interesses vinculados ao comércio exterior. Isso, há apenas alguns anos depois das privatizações. O que eles querem é voltar ao sistema da República Velha, em que os lucros são apropriados pelas empresas privatizadas e os custos socializados. É o que penso da parceria entre o público e privado”.
Campanha – “Fiz uma campanha sem pedir nada a empresas, não quero que o meu mandato seja vinculado a interesses empresariais. Não significa que não gosto de empresários. Gosto, eles são responsáveis pelo crescimento da economia”.
Fusão dos Fiscos - Os recursos, a contribuição dos segurados, não são recursos do governo, são recursos do trabalhador. A fusão é um atentado ao bolso de cada contribuinte.

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