Institucional Legislação
       
     
 

Informe
UNAFISCO SINDICAL
Rio de Janeiro

Boletim n° 257                                            Rio de Janeiro, 1 de fevereiro de 2008

CAMPANHA SALARIAL – 2007
Reunião da DEN com Auditores do Rio de Janeiro

 

A diretoria da DS/RJ considera necessário complementar a matéria do Boletim Informativo da DEN, de 31 de janeiro, intitulada Presidente da DEN debate com colegas do Galeão , a qual se reportou ao debate sobre a condução e os rumos da Campanha Salarial ocorrido no dia 30/01. Além do presidente Pedro Delarue e dos Auditores do Aeroporto do Rio, a reunião contou também com a presença do diretor de Relações Internacionais da DEN, Robson Canha.

Está rigorosamente correta a afirmação do diretor Robson Canha, veiculada na matéria citada, de que os colegas do Aeroporto do Rio de Janeiro demonstraram elevado interesse no encontro e revelaram disposição de participar ativamente de uma possível greve. Contudo, foram ignoradas na matéria as críticas apresentadas à condução da Campanha Salarial até o momento. Como resumiu um Auditor presente à reunião, a Direção Nacional precisa ouvir e considerar as divergências se quiser garantir a necessária unidade, sendo os que dela discordam, além de indispensáveis, os que mais podem contribuir para uma eventual correção de rumos.

As manifestações de apoio, que também ocorreram, corroboram a estratégia da DEN fartamente apresentada nos boletins. Já as principais divergências, ignoradas, podem ser resumidas abaixo:

1 - A DEN não respeita integralmente as deliberações da Assembléia Nacional, que impôs, para a campanha conjunta com as outras entidades, a condição de que todas defendessem a mesma pauta, especialmente idênticos percentuais de reajuste salarial. Entretanto, o Unafisco vem mantendo a campanha conjunta com o Sindireceita, apesar dessa entidade reivindicar explicitamente uma aproximação entre a remuneração de Auditores e Analistas, com o objetivo que todos nós conhecemos. A diretoria da DS/RJ acrescenta que, embora desejável, uma ação conjunta com o Sindireceita não pode ser perseguida com risco para a unidade dos auditores, a qual é ameaçada sempre que as suas instâncias deliberativas são desrespeitadas. Ademais, a postura do Sindireceita demonstra ser improvável uma greve conjunta.

2 - A DEN abandonou a luta pela nossa pauta reivindicatória, aprovada em Assembléia Nacional , passando a admitir como teto das negociações a imprecisa e insuficiente “proposta” do governo.

3 - A DEN abriu mão de uma verdadeira mobilização da categoria. Entre uma e outra reunião com o governo, prazo após prazo, a Diretoria Executiva Nacional propôs paralisações, assim como propôs suspendê-las em seguida, num mal sucedido blefe que demonstrou fragilidade ao governo e, internamente, colocou em risco a credibilidade desse importante instrumento de luta.

4 - A crítica mais contundente foi em relação à postura da DEN frente ao posicionamento do secretário da Receita Federal. Os colegas não externaram apenas a frustração de ver que o dirigente máximo do órgão não cerra fileiras junto aos demais Auditores, conforme a matéria do boletim nacional. Consideram ter sido o secretário um dos principais obstáculos à negociação, mormente ao opor resistência à remuneração sob a forma de subsídio e ao introduzir a discussão de critérios mais restritivos à promoção e progressão, tema alheio à nossa campanha e no qual a DEN embarcou sem oposição. Os colegas não concordaram com a afirmação dos representantes da DEN de não ser importante a posição do secretário, uma vez que o seu apoio, à semelhança do que ocorre na Polícia Federal, poderia ser decisivo no sucesso do nosso pleito. Por isso, acham, no mínimo, incompreensível a DEN ter omitido que o Sr. Jorge Rachid, em uma das reuniões com o Governo ( a partir da qual nada foi para frente), declarou que o subsídio conflitava com o Propessoas.

Os representantes da DEN defenderam a estratégia até agora traçada, reconhecendo que erraram apenas quando propuseram a paralisação de 48 horas, em outubro passado, já que a categoria, segundo eles, claramente não queria paralisações, pois não havia um nível de indignação suficiente. O diretor da DS/RJ Alexandre Teixeira retrucou que, além de não ser precisa essa interpretação, a indignação foi mitigada pela própria DEN ao insistentemente defender a boa vontade do governo, ao insinuar uma proveitosa aliança com o secretário e ao passar a mensagem de que “está tudo sob controle”.

A DS/RJ, porém, já vê avanços com esse encontro. Primeiro, a afirmação do presidente Pedro Delarue de que numa possível greve a luta será pela pauta reivindicatória da categoria e não pela imprecisa e insuficiente (adjetivos nossos) “proposta” do governo. Segundo, o reconhecimento público da DEN de que a iminente Lei Orgânica do governo pode representar um perigo para a autoridade e atribuições do nosso cargo, reforçando a necessidade de a categoria se mobilizar não apenas em torno do salário, mas também pela valorização do cargo.

Esperamos que esteja ultrapassada a fase de provar o sucesso do “novo paradigma negocial”. Tínhamos, sim, uma conjuntura favorável, aberta pelo reajuste concedido à Polícia Federal – favorável não só para nós, mas para várias categorias de servidores, que vinham negociando aumento salarial. A negociação – que, fato desconsiderado pela DEN atual, começou na gestão passada (vide boletim de 28/06/07) – estagnou e a conjuntura se deteriorou. Mais uma vez, o que conta é a mobilização dos Auditores.

DS/RJ reforça o convite para novas reuniões, que devem servir para superar as divergências e aumentar a unidade. Como disse um colega na reunião, pensar diferente da DEN não significa estar contra a DEN. Afinal, o sucesso ou o fracasso não é dessa ou daquela diretoria, é de todos nós. E sendo assim, reivindicam os AFRFB do Galeão: deflagrada, a greve tem que ser feita por todos, uniformemente.

 

 

Diretoria do Unafisco Sindical no Rio de Janeiro