O Imposto de Renda, a capacidade contributiva e a progressividade
Políticos e jornalistas, ao
noticiar que o PT terá dificuldades para aprovar sua proposta de
mudança nas alíquotas de imposto de renda, confundem alteração
de alíquotas com aumento de carga tributária. Tal carga,
que hoje se situa na casa de 35% do PIB, é a divisão de
tudo que se arrecada por tudo o que se produz no país. Trata-se
da carga média que recai sobre toda a população.
Cada um de nós, porém,
possui a sua própria carga tributária, que consiste na divisão
de tudo o que recolhemos de tributos pela totalidade de nossos rendimentos.
Em relação a pessoas físicas, no atual sistema tributário
está comprovado que a carga maior recai sobre a população
de menor renda, de vez que o grosso da arrecadação está
embutida nos produtos que consumimos e não no imposto de renda,
que teoricamente é um tributo progressivo.
Tal constatação contraria
nossa Constituição, que reza que os impostos deverão
ser graduados de acordo com a capacidade econômica do contribuinte.
Como se justifica que os mais ricos tenham uma menor carga tributária?
As alíquotas propostas pelo
PT, que variam de 5 a 35%, poderão ou não elevar a carga
tributária do IR em geral. Não defendemos, a priori, que
a maior alíquota deva incidir sobre R$ 8000,00 ou qualquer outro
valor específico. Entendemos que só a realização
de estudos e simulações de impacto na arrecadação
- a serem levados a cabo pela Receita Federal, órgão que
dispõe dos dados sobre os rendimentos declarados no passado - poderá
dizer qual remuneração deve ser gravada com qual alíquota,
de modo a manter a arrecadação nos níveis atuais.
Porém, cumpre-nos lembrar
que o princípio da progressividade do imposto de renda, também
consagrado em nossa Constituição, comanda que os contribuintes
que ganham mais contribuam, não proporcionalmente mais, mas progressivamente
mais. Qual progressividade existe em tributar com a alíquota máxima
quem ganha R$ 2000,00 por mês? Por que devemos aceitar que milionários
paguem IR na mesma proporção de um trabalhador de baixa
renda? Será que por não querer aumentar a carga tributária
pessoal dos mais ricos devemos concordar em manter o confisco dos mais
pobres?
Para nós, o mais importante
quando se fala em reforma do imposto de renda, é que se acabe com
a confiscatória alíquota máxima sobre os rendimentos
de quem percebe pouco mais de R$ 2000,00 por mês, e que a faixa
de isenção respeite o mínimo indispensável
à subsistência digna.
Defendemos, por exemplo, como forma
de aumentar a arrecadação do imposto de renda, o fim da
isenção dos lucros distribuídos por pessoas jurídicas.
Quantas pessoas físicas com altos rendimentos se constituem em
pessoa jurídica com a única finalidade de pagar menos imposto?
Defendemos o aumento da fiscalização,
de forma a coibir e prevenir a sonegação. Quantos contribuintes,
que não sofrem desconto direto na folha de salário, declaram
ganhar menos do que os rendimentos que na verdade auferem? Por que a carga
tributária sobre assalariados formais deve ser maior que a de profissionais
liberais, autônomos e, especialmente, de sócios de empresas?
Defendemos, enfim, que todos paguem
seus tributos na devida proporção de sua capacidade contributiva,
sem que o ônus recaia sobre as parcelas menos favorecidas da população.
Para isso, além de coragem
de contrariar interesses, o novo governo deverá estimular a fiscalização,
engessada ao longo da administração de Everardo Maciel.
No que depender dos Auditores-Fiscais da Receita Federal, estaremos prontos
para cumprir o nosso papel.
Espaço do Associado agora também
na Internet
O site do Unafisco Sindical no Rio
de Janeiro agora também tem um espaço destinado a divulgar
a opinião dos Auditores-Fiscais da Receita Federal sobre quaisquer
assuntos que sejam de seu interesse. No Espaço do Associado, que
já existia em nosso jornal, o associado pode escolher se quer enviar
uma carta para o jornal Agente Fiscal ou se quer vê-la publicada
no próprio site.
O Unafisco/RJ reserva-se o direito
apenas de não disponibilizar as mensagens que divulguem conteúdos
racistas, incitação à violência ou atentado
ao pudor. As mensagens poderão ser comentadas ou não pelo
moderador da lista. A primeira mensagem já está disponível
e é sobre o reenquadramento da turma de 98. Está aí
um assunto que pode render boas discussões. A DS/RJ também
sugere que os Auditores-Fiscais comentem suas expectativas quanto ao futuro
da Receita Federal no próximo governo. Melhora?
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Auditora-Fiscal faz exposição
de arte no Centro Cultural Cândido Mendes
A Auditora-Fiscal da Receita Federal
Ligia Teixeira, da DEFIC, participa, juntamente com outros artistas, da
exposição "Livro - objeto da arte", no Centro
Cultural Cândido Mendes. Na apresentação da mostra,
que traz à cena livros de artistas contemporâneos atuantes
no meio carioca, a curadora Katia de Marco escreve: "O livro por
si só já estimula a sensação virtual de todos
os sentidos pelo poder transcendente das palavras; nas mãos do
artista torna-se, ainda, palco de uma narrativa combinada, um meio interdisciplinar
por execelência, traduzido por um repertório infindo de intervenções
através da imagem, pela escrita plástica do vocabulário
dos artistas visuais." Prossegue ainda a curadora: "O livro
de cada um se situa como um pedaço que contém a essência,
matéria e conceito, uma síntese de seu olhar diante da vida
e da arte. Os livros, dispostos em alamedas, alinhavam idiossincrasias,
humor, devaneios entre a exploração do passado e a experiência
do novo."
A exposição fica no
Espaço Cultural Cândido Mendes, Rua Joana Angélica,
63, em Ipanema, até o dia 14 de dezembro. Os horários são
de 2ª a 6ª, de 15 às 21h, e sábado, das 16 às
20h. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 2523.4141,
ramal 206 ou através do site www.candidomendes.edu.br, onde pode-se
encontrar um catálogo virtual da exposição. Vale
a pena conferir.

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