DS/RJ apóia rigor nas investigações,
mas reclama responsabilidade no trato das informações fiscais
dos investigados
Veja a íntegra do ofício
encaminhado pela Delegacia Sindical do Unafisco/RJ à Corregedoria
da Receita Federal
"Vimos pelo presente manifestar
apoio ao trabalho deste órgão que tenha como objetivo a
apuração de ilícitos administrativos. A criação
de uma corregedoria forte e independente sempre foi aspiração
e bandeira de luta deste sindicato, que continuará atuante para
que haja permanente combate à sonegação, à
corrupção e a todos os ilícitos que prejudicam a
sociedade. A Delegacia Sindical do Unafisco no Rio de Janeiro quer ver
identificados e punidos todos os efetivamente responsáveis pela
prática de atos criminosos, sem distinção de níveis
de hierarquia, seja na SRF ou em qualquer outro órgão público.
Isto, evidentemente, sem descuidar do direito de todos os cidadãos
à ampla defesa, conforme Art. 5° da Constituição
Federal, e do respeito ao Estado Democrático de Direito.
A ressalva é pertinente diante
das circunstâncias que cercaram o afastamento dos Auditores-Fiscais
da Receita Federal Manoel Gilberto de Araújo Ferreira, Marcos Latorre
Magdalena e Paulo Eduardo Ganini Nejaim. É inadmissível
que os AFRF somente viessem a saber que eram alvo de processo administrativo
através de notícia veiculada pelo Jornal O Globo no último
dia 8 de fevereiro. Este fato fere frontalmente o Art. 3º, do Capítulo
II, da Lei 9784, de 29.01.99, que assegura aos administrados o direito
a "ter ciência da tramitação dos processos administrativos
em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos,
obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões
proferidas".
Assim como é inadmissível
que, naquele mesmo dia 8 de fevereiro, a imprensa tenha publicado informações
sobre a variação patrimonial daqueles três auditores-fiscais
afastados. O fato indica que houve quebra do sigilo fiscal dos envolvidos.
Diz textualmente o Art.998, do Capítulo IX, do Decreto 3.000, de
26/03/99: "Nenhuma informação poderá ser dada
sobre a situação econômica ou financeira dos sujeitos
passivos ou de terceiros e sobre a natureza e o estado dos seus negócios
ou atividades (Lei nº 5.172, de 1966, arts. 198 e 199)". O parágrafo
segundo do Inciso III do mesmo artigo diz ainda que "a obrigação
de guardar reserva sobre a situação de riqueza dos contribuintes
se estende a todos os funcionários do Ministério da Fazenda
e demais servidores públicos que, por dever de ofício, vierem
a ter conhecimento dessa situação (Decreto-Lei nº 5.844,
de 1943, art. 201, §1º), o que não exclui os membros
da comissão encarregada de conduzir as investigações.
A Delegacia Sindical do Unafisco
no Rio de Janeiro não se furtará ao dever de cobrar observância
das leis para garantir aos Auditores-Fiscais lesados o amplo direito de
defesa e os seus direitos constitucionais e funcionais. Somente a observância
da Lei permitirá preservar os inocentes e chegar à efetiva
punição dos culpados.
Cabe à Corregedoria da Receita
Federal apurar todo e qualquer ilícito dos servidores do órgão,
inclusive esta quebra do sigilo fiscal, demonstrando indiscutivelmente
que não compactua com a execração pública
de pessoas que ainda estão sob investigação, e que
não permitirá que práticas viciosas, ao arrepio da
lei invalidem o resultado de toda a investigação.
Solicitamos portanto, seja-nos
informado quais os procedimentos iniciados por esta Corregedoria para
apurar as responsabilidades pela quebra do sigilo fiscal e, ainda, que
medidas foram tomadas para impedir que o fato venha a repetir-se.
No aguardo dos esclarecimentos
finalizamos, exortando essa Corregedoria a sempre zelar para que as investigações
não sirvam de pretexto a generalizações desabonadoras
que só aproveitam àqueles que não querem uma SRF
forte e atuante."
DS/RJ
Receita Federal acha difícil
cobrar dos mais ricos
A imprensa informou que a Receita
Federal está fazendo simulações para mudar as alíquotas
do Imposto de Renda Pessoa Física, tendo como parâmetro a
manutenção da arrecadação no patamar atual,
de forma a não punir tanto os que ganham menos, e cobrar mais dos
que se encontram nas faixas salariais mais altas.
Até aí estamos todos
de acordo. O Unafisco sempre defendeu a adoção de uma verdadeira
progressividade no IR como forma de realização de uma tributação
mais justa.
Ocorre que, segundo o secretário-adjunto
da SRF, Ricardo Pinheiro, "a experiência no Brasil mostra que
não é possível alíquotas mais elevadas do
IR para faixas de renda mais altas, porque esses contribuintes têm
como fugir da tributação".
Supondo que o secretário não
esteja admitindo impotência diante da sonegação fiscal,
entendemos que esteja se referindo à elisão, brechas na
legislação que o contribuinte usa para pagar menos imposto.
Como premissa de discussão,
não se pode aceitar que o modelo de tributação do
IR deve levar em conta que existem contribuintes que têm como fugir,
legalmente, da tributação. Cabe discutir também os
mecanismos para se fechar os ralos da elisão.
Nesse sentido devem ser estudados,
necessariamente, o fim da isenção de tributação
sobre dividendos distribuídos pelas Pessoas Jurídicas a
Pessoas Físicas e da exclusividade da tributação
na fonte sobre aplicações financeiras, que deveriam ser
consideradas antecipações do ajuste anual. Sabemos ainda
que muitas vezes os benefícios indiretos pagos pelas Pessoas Jurídicas
a dirigentes e diretores não são levados à declaração
de ajuste da Pessoa Física. No âmbito das Pessoas Jurídicas,
deve ser revista a exclusão do lucro dos juros sobre o capital
próprio, que não é jabuticaba, mas só existe
no Brasil.
A luta contra o fim de uma casta
de privilegiados pela legislação tributária, como
é o caso dos detentores do capital, deve ser a meta de uma reforma
tributária séria. Afinal, como também declarou Pinheiro,
"a discussão vai considerar os tributos como um todo. Vai
prevalecer a realidade e não os modelos acadêmicos. Se alguém
for privilegiado, alguém vai pagar a conta".
Esperamos que não sejam os
mesmos de sempre, mas da forma como a discussão parece que vai
sendo conduzida, a conta vai acabar de novo caindo nas costas dos assalariados
com carteira assinada. Só que agora dos que ganham um pouco mais.
Teatro do Oprimido desfila na Sapucaí
O Teatro do Oprimido será
o enredo deste ano da Escola de Samba Acadêmicos da Barra da Tijuca
no desfile da Sapucaí. Para participar dessa grande festa, misturando
samba e teatro, ligue logo para o telefone 2220.7940.
As vagas são limitadas e quem
se interessar deve apressar o passo agora para depois entrar no ritmo
do Carnaval.
AFRF protesta contra tratamento da Corregedoria
Por solicitação de
sua autora, a Auditora-Fiscal Márcia Rodrigues, publicamos esta
carta enviada para a DS/RJ:
Caros colegas,
Considerando os anos de vinculação
a essa Delegacia Sindical e o "devastador" abalo moral a que
fui submetida em face das notícias veiculadas na mídia,
inclusive pela Corregedoria-Geral da Receita Federal , solicito a colaboração
e empenho desta diretoria na divulgação à nível
nacional dos fatos que esclareço abaixo:
- sou separada judicialmente do auditor
HELIO LUCENA RAMOS DA SILVA desde março de 1998 e seu endereço
no Cadastro das Pessoas Físicas da Secretaria da Receita Federal
está atualizado desde da ocasião da nossa separação.
Ressalte-se que seu novo endereço é na cidade do Rio de
Janeiro enquanto eu permaneço com minha residência e domicílio
na cidade de Niterói. Tal informação é de
suma importância, uma vez que um dos indícios para minha
inclusão no PAD nº 10167.000010/2003 foi apresentar o mesmo
endereço residencial do referido auditor-fiscal ;
-JAMAIS em 21 ( vinte e um) anos
de serviço público na Receita Federal trabalhei em Fiscalização
Externa , nem tampouco com imposto de renda pessoa jurídica, cujo
assunto desconheço totalmente. Minha área de atuação
na Receita, seja nos Plantões fiscais, seja na Delegacia de Julgamento
e atualmente na Fiscalização de Niterói / Grupo de
Malha 06.2 sempre foi , durante todos estes anos , o imposto de renda
pessoa física.
Tal divulgação é
de suma importância para mim, uma vez que o "inconsciente coletivo"
dentro do próprio Órgão em que trabalho esá
sendo formado com premissas falsas o que me causa grande apreensão
, uma vez que sempre zelei pela dignidade, ética e profissionalismo
no desempenho das minhas funções de auditora.
Márcia Rodrigues
Ciclo de debates sobre as reformas
A Coordenação Estadual
dos Servidores Públicos Federais vem organizando um ciclo de debates
sobre as reformas que estão na agenda política do país.
O próximo debate será sobre a Reforma Trabalhista e Sindical,
com as presenças de Wadh Damou Filho, Vito Giannotti e Marco Aurélio
Santana, no dia 18/02, às 18:00h, no Auditório da CUT/RJ
Avenida Presidente Vargas, 502 15º andar Centro.
Em março, o debate será
sobre a Reforma Tributária. A Coordenação Estadual
convidou o Unafisco a compor esta mesa e a nossa representante será
a vice-presidente nacional Fátima Gondim.

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