Boletim
n° 15 - 27/12/2001
Mais
uma anistia,
mais uma vergonha
Depois do Refis e da Lei 9779/99, com as ampliações introduzidas
pela MP 1807/99 e suas sucessoras, o governo está providenciando
uma nova festa com o dinheiro do contribuinte.
Dessa vez os convidados especiais são os fundos de
pensão, que vêm travando contra a União uma guerra
jurídica em torno da incidência de imposto de renda sobre
suas aplicações financeiras.
Como incentivo à adesão dos fundos ao regime
especial de tributação criado pelo art. 2º da MP 2222/2001
- o que encerraria a disputa - o art. 5º da mesma MP anistia os optantes
por aquele regime especial do paga-mento de acréscimos legais,
caso o principal seja pago ou parcelado até 31/01/2002, relativos
ao IRRF sobre aplicações financeiras que deveriam ter recolhido.
A anistia teria ainda sido concedida sob o argumento de forçar
os fundos a desistir das ações judiciais im-petradas contra
a cobrança do IR, embora o § 3º do art. 5º da MP
2222 estenda a benesse aos débitos que não tenham sido objeto
de ação judicial.
Entendemos que toda anistia é perniciosa, na medida em que deixa
de incentivar os bons contribuintes, es-timulando, ao contrário,
o aguardo da próxima anistia. Mas a que trata a MP 2222/2001, entretanto,
se torna ainda mais perversa quando se sabe que o STF deu ganho de causa
ao Distrito Federal em processo que lá chegou com alegação
de imunidade dos fundos de pensão, sinalizando com a formação
de uma jurisprudên-cia favorável que em breve forçaria
os fundos a reconhecer a dívida com todos os acréscimos
legais devidos.
Para
o FMI, sonegação fiscal
não é problema no Brasil
Segundo publicado na Folha de São Paulo, a chefe da missão
técnica do FMI no Brasil, Tereza Ter-Minassian, declarou que a
Argentina só irá resolver seus problemas quando importar
o secretário da Receita Federal do Brasil. Segundo ela, o FMI está
convencido de que um dos principais problemas da Argentina é a
sonegação fiscal.
Só uma entidade com uma visão míope e elitista como
o FMI poderia declarar que o problema da sonega-ção no Brasil
se encontra equacionado.
Apenas um organismo que existe exclusivamente para defender os interesses
do grande capital estrangeiro, como o FMI, deixa de reconhecer que os
acréscimos de arrecadação experimentados pela SRF
não são fruto de combate à sonegação
fiscal, mas de brutal arrocho da classe trabalhadora, via impostos indiretos
e regressivos, que vêm agravar ainda mais a já absurda situação
de desigualdade social existente no Brasil, à qual o FMI e as demais
entidades representativas dos interesses dos países do primeiro
mundo per-manecem olimpicamente indiferentes.
Já em relação à "exportação"
do secretário, é possível que haja um consenso em
torno do assunto.
DS
lança jornal mensal
Os associados da DS/RJ estarão recebendo em suas residências,
nos primeiros dias do ano que se inicia, o exemplar nº 1 do nosso
novo jornal: o "Agente Fiscal", que vem suprir a lacuna deixada
com o fim da publi-cação do antigo jornal, "A Gente
Fiscal", que parou de circular em 1996.
Mais que uma simples junção de letras, o novo jornal trás
uma concepção totalmente distinta do antigo, a começar
pelo design gráfico, passando pela criação de colunas
fixas, como "Cartas", "Espaço do Leitor", "Trabalho
Parlamentar", "Informe Jurídico", entre outras,
e ainda pela abordagem mais jornalística dos temas.
As reportagens tratarão de assuntos de interesse fiscal, mas nem
todas de interesse exclusivo dos AFRF. Por isso, é intenção
da DS, paulatinamente, distribuir o jornal a outros setores da sociedade.
Ele também ficará à disposição em nosso
site.
Esse primeiro número trará matérias sobre o seminário
"Uma Receita para o Brasil", realizado pela DS/RJ e pelo Unafisco
Nacional, a contratação do escritório Bandeira de
Melo, auditoria na DS, tributação de juros sobre o capital
próprio e muito mais.
Esperamos que vocês leiam, se entretenham, e depois participem,
mandando sugestões e críticas.
Jornalista
responde à DS
Conforme noticiado no Informativo nº 12, de 10/12, a DS/RJ enviou
e-mail ao jornalista Fernando Cala-zans, do Globo, que indagara em sua
coluna, no dia 07/12, o que fez a Receita Federal em relação
à sonega-ção fiscal no futebol brasileiro. Em nossa
resposta, afirmamos que, ao longo dos anos, a fiscalização
da Se-cretaria da Receita Federal vem sendo desmontada, e que a SRF vem
adotando uma política de arrecadação que não
busca coibir a sonegação, mas fazer caixa com os recursos
do trabalhador assalariado, via o desconto do Imposto de Renda na fonte.
Talvez motivada pela nossa resposta, a administração
fez chegar ao colunista a sua versão, que foi publi-cada, de que
foram feitas diversas autuações de entidades e personalidades
ligadas ao futebol.
Em resposta à DS, entretanto, o jornalista afirma
que "(...) É isso mesmo que você escreve. São
os assala-riados que pagam essa conta também."
Parece que o distinto público está descobrindo o truque,
e a mágica (aumento de arrecadação) já não
faz mais o mesmo sucesso.
Fórum
Social Mundial
Interessados em participar
devem se inscrever até o dia 03/01
Os associados da DS/RJ interessados em participar do Fórum Social
Mundial, a realizar-se em Porto Ale-gre de 31/01/2002 a 05/02/2002, deverão
se inscrever pelo telefone 22623827, com a funcionária Gleise,
até 03/01/2002. A DS disponibilizará 05 vagas para o evento.
Os colegas que se inscreverem participarão das atividades
do Unafisco no Fórum, se comprometendo a divulgar posteriormente,
por meio palestras a se-rem promovidas pela DS ou por outros meios, os
resultados dos trabalhos.
Em virtude de não haver tempo hábil para a
eleição de critério mais razoável, critério
de seleção dos candidatos será a ordem de inscrição.

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