Boletim
n° 30 - 30/04/2002
48 horas
PARALISAÇÃO COMEÇA
HOJE
Mobilização deve ser intensificada
Os Auditores-Fiscais da Receita Federal
iniciam hoje mais uma etapa da mobilização pela aprovação
da MP 2.175/29, pelo reajuste emergencial de 21,66% e pela restabelecimento
das funções de Estado da categoria.
A paralisação de 48
horas foi deliberada em Assembléias realizadas em todo o país
no dia 25/04.
Esta semana é decisiva para
obter da União o atendimento das reivindicações.
Mais do que nunca, agora depende da categoria, porque os entreves à
votação da MP 2.175/29 foram removidos: a pauta no Congresso
Nacional foi desobstruída e o PRN nº 5 foi aprovado, regulamentando
a votação das MP´s anteriores à Emenda Constitucional
32.
Aqui no Rio de Janeiro a participação
nas assembléias, um indicativo do grau de mobilização,
mostra um dado preocupante. O total de participantes nesta última
foi de 224 colegas, contra 338 em assembléias passadas. Para alcançar
a vitória precisamos reverter esse quadro. Vamos fazer uma paralisação
expressiva hoje e lotar as assembléias durante o dia 02 de maio.
Vamos intensificar a pressão, buscar apoio parlamentar e a aprovação
da sociedade. Hoje, os plantões fiscais da Tijuca, Centro, Catete
e Ipanema estarão fechados, mas a população será
atendida no sede do sindicato. É a hora de mostrar que estamos
unidos e explicar porque o atual governo não deixa a Receita Federal
funcionar como deveria, ou seja, usando a tributação para
distribuir renda e contribuir para a justiça social.
PSB ESTÁ CONOSCO
O Auditor-Fiscal Carlos Rodrigo,
do Aeroporto, acaba de dar uma exemplar contribuição para
as nossas mobilizações. Através da DS/RJ, ele montou
um "KIT" com informações sobre o movimento e procurou
o Deputado Federal Wanderley Martins (PSB/RJ) e conversou sobre a votação
no Congresso Nacional. Ontem, dia 29/04, o deputado, através de
um telefonema, revelou que os Auditores-Fiscais podem contar com os 16
votos do Partido Socialista Brasileiro.
PAULO GIL, PRESIDENTE DO UNAFISCO NACIONAL, ESTARÁ
NA ASSEMBLÉIA DE QUINTA
Durante a paralisação,
no dia 02 de maio, a DS/RJ realizará, com a presença do
presidente do Unafisco Sindical, Paulo Gil, assembléia para avaliar
o movimento nesta semana e projetar os rumos para a próxima. Compareçam
e levem os colegas para participar. Atenção para os locais
e horários:
- Na DS/RJ, às 14:00h
- No Aeroporto, às 10:30h
- No Porto, às 10:30h
- Em Nova Iguaçu, ás 11:00h
UNAFISCO REAGE ÀS DECLARAÇÕES DA
COORDENADORA-GERAL DE POLÍTICA
TRIBUTÁRIA DA RECEITA FEDERAL
A Coordenadora-Geral de Política
Tributária da Receita Federal, Andréa Lengruber, em reação
à proposta de progressividade das alíquotas do pré-candidato
do PT à presidência da república, Luiz Ignácio
Lula da Silva, declarou ao Jornal O Globo, publicada no dia 27/04, que
"os ricos não são os que pagam IR". A resposta
da direção da Receita acaba por produzir um documento precioso,
revelador das injustiças cometidas contra os trabalhadores. A DS/RJ
enviou àquele jornal uma carta chamando atenção para
as contradições do ponto de vista defendido pela Receita.
Veja a íntegra da resposta do UNAFISCO/RJ:
Tributação do Imposto
de Renda
"A matéria com a coordenadora-geral
de Política Tributária da Receita Federal, Andréa
Lengruber, sobre a proposta de Lula de tributação de IR
com alíquota de até 50%, traz algumas informações
importantes.
Ficou-se sabendo que 43% da arrecadação
do IR vem da tributação de quem declara até R$ 1.000,00
e apenas 0,9% de quem ganha acima de R$ 10.000,00.
A reportagem cita que apenas 103.215
pessoas, em todo o Brasil, declaram ganhar mais de R$ 10.000,00 por mês.
Como é possível isso,
se sabemos que só na Barra e em Ipanema deve haver, de fato, mais
pessoas que ganham esse valor?
A coordenadora explicou que os ricos
não são os que pagam IR. Quem paga são os trabalhadores,
que descontam Imposto de Renda Retido na Fonte, que incide sobre a folha
de pagamento. Segundo ela, os ricos têm como manipular seus rendimentos.
Didaticamente, a coordenadora informou
que capitalistas pagam apenas 20% sobre seus rendimentos (assalariados
pagam até 27,5%), os empresários não pagam (seus
lucros são isentos) e os profissionais liberais se associam a empresas
para pagar menos como pessoas jurídicas.
É surpreendente, para não
dizer lamentável, que os formuladores da política tributária
constatem uma situação de evidente injustiça fiscal
e não proponham soluções. Trazem embutida em suas
declarações a impressão de que nada há a fazer,
como se fosse essa situação, não obstante legal,
ética e legítima.
O foco da discussão não
deveria residir no quantum da alíquota de IR, mas na elaboração,
urgente, de uma reforma tributária, que deveria começar
pela legislação de imposto de renda, para que todos paguem
na estrita proporção de sua capacidade econômica.
Uma reforma que, entre outras várias
medidas, tribute lucros de empresários, desconte de capitalistas
o mesmo que das pessoas físicas e faça com que os profissionais
liberais paguem, ainda que se constituam como pessoas jurídicas,
o mesmo que pagariam como pessoas físicas.
Acontece que não existe interesse
na formulação dessas medidas. A política tributária
deste país está voltada para a tributação
do mais fraco, do que não pode se defender, daquele que não
é sócio do poder.
Ao longo desses anos, enfraqueceu-se
o poder fiscalizatório da Receita Federal, que conta hoje com apenas
cerca de 300 profissionais para fiscalizar todas as pessoas físicas
e jurídicas do município do Rio de Janeiro e com cerca de
30 para toda a baixada fluminense.
Privilegia-se uma arrecadação
preguiçosa, que se alimenta de tributos fáceis de arrecadar
- como os que incidem na folha de pagamento e os que são embutidos
nos preços dos produtos - e que pune justamente a parcela mais
carente da população."
Vale a pena conferir a íntegra
da matéria, que está em nosso site, www.unafisco-rj.org.br,
no item mídia, da seção Informativo. A leitura revela
as distorções sustentadas pela Receita.

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