Boletim
n° 32 - 03/05/2002
Sete, Oito e Nove
Auditores-Fiscais do Rio de Janeiro
aprovam paralisação de 72 horas
Pressão deve aumentar com a proximidade
da votação
A paralisação no Rio
de Janeiro melhora a cada semana. Estimativas da DS/RJ indicam que quase
80% da categoria aderiram à mobilização. No Aeroporto,
somente cargas perecíveis foram liberadas. No Porto e na EADI de
Nova Iguaçu, as paralisações foram quase totais.
No Ministério, um grupo de colegas percorreu o prédio realizando
reuniões setoriais durante toda a terça-feira. O objetivo
era trazer para a mobilização os colegas hesitantes e os
resultados começam a aparecer.
A Assembléia Nacional realizada
no Rio de Janeiro aprovou por unanimidade a continuidade da mobiliza-ção
e a paralisação por tempo determinado. Quanto ao tempo de
paralisação, a vitória foi das 72 horas, com o objetivo
de pressionar ainda mais o governo. Vamos aguardar o resultado nos outros
estados para confir-mar a decisão. Também foi anunciada
a realização de um Ato Público conjunto nas escadarias
do Ministério da Fazenda, na próxima quarta-feira, dia 08
de maio, envolvendo todas as categorias atingidas pela MP 2.175/29. O
Fórum Fisco já confirmou que estará presente com
faixas de protesto. A assembléia, que no Rio de Janeiro também
será realizada neste dia, ocorrerá junto com o Ato.
Na imprensa, o assunto começará
a ganhar maior visibilidade na medida em que as paralisações
afetem pro-gressivamente o funcionamento da Receita. Ontem, a TVE/RJ cobriu
a assembléia e entrevistou o presidente do Unafisco Sindical Nacional,
Paulo Gil, logo após a decisão de ampliar a mobilização.
Paulo Gil reafirma importância
do movimento para todos
os servidores públicos e para a sociedade brasileira
O presidente do Unafisco Nacional,
Paulo Gil, participou das assembléias no Aeroporto e na sede da
DS/RJ e fez uma avaliação da importância do momento
atual para o futuro dos Auditores-Fiscais e da própria Re-ceita
Federal. Ele frisou que uma derrota neste momento consolidaria em lei
as distorções contidas na MP original. Para ele, além
de atacar a carreira de Auditor-Fiscal, a MP original representa a conclusão
da Re-forma Administrativa pretendida pelo governo. Por isso, a pressão
é tão importante. Não basta colocar a MP em votação.
Temos que aprovar o relatório do deputado Roberto Pessoa que altera
cláusulas fundamentais para o próprio futuro da área
tributária. Um indício é que hoje a carreira de Auditor-Fiscal
já não é tão atra-ente para quem faz concurso.
Isso faz parte de uma estratégia para rebaixar a importância
da Receita Fede-ral. Otimista, o presidente do Unafisco pontuou a diferença
entre movimentos passados e este, que considera ser pela recuperação
de direitos e não simplesmente uma resistência às
agressões do governo. Nossa vitória iniciaria um ciclo de
recuperação para todos os servidores públicos federais,
assim como começou por nós a instituição das
gratificações por desempenho que espalhou-se pelo serviço
público federal, a partir das idéi-as neoliberais do ex-ministro
Bresser Pereira. Por fim, foi lembrada a importância de ter uma
fiscalização forte e uma política tributária
justa para o desenvolvimento do país. Por esta ótica, há
um casamento perfeito entre nossos interesses corporativos e o interesse
público.
Deputado Roberto Pessoa sofre pressões
Durante a Assembléia, foi
noticiado que o Deputado Federal Roberto Pessoa (PFL/CE), relator da MP
2.175/29, vem sofrendo pressões em virtude da sua correção
junto aos Auditores-Fiscais. Retaliações por parte do governo
estão levando à não aprovação de suas
emendas. Isto dá uma idéia do que teremos pela frente. O
que o governo não imagina é que, quanto mais dificuldades
impuserem, mais unidos nós estare-mos, porque cada colega vai se
chegar para a luta. A certeza disso advém do fato de que o pretendido
pelo governo é uma afronta aos Auditores-Fiscais e nenhum ficará
olhando um governo passageiro destruir anos de trabalho.
"Fratura Exposta"
Esta foi a expressão usada
na assembléia para qualificar a situação dos Auditores-Fiscais
caso o governo vença a votação no Congresso Nacional.
Vergonha, foi outro termo utilizado. A referência foi feita em rela-ção
às avaliações individuais subjetivas introduzidas
pela Receita Federal para justificar reduções no paga-mento
da GDAT. Um auditor-fiscal do Ceará relatou que obteve "nota
baixa" em atendimento ao público. Ao questionar a chefia,
alegou que não atendia o público. E ouviu: "Mas se
atendesse, atenderia mal".
Ao submeter os auditores a este tipo
de achincalhe pretende a Receita domesticar a categoria, que ficaria atrelada
às simpatias e designações políticas das chefias.
Estas medidas impedem a independência necessá-ria para o
exercício das funções.
Outra correção de rumo
indispensável é a restituição da paridade
entre aposentados e ativos, atingida com a instituição da
GDAT no lugar da antiga RAV. Com um olho no passado, em deferência
aos serviços presta-dos pelos colegas por tantos anos, e outro
no futuro, já que todos chegaremos lá, os auditores não
podem admitir que aposentados recebam menos que os auditores da ativa.
São tantas as variáveis
contidas apenas na aprovação do relatório que poderíamos
discorrer ainda muito so-bre isso. O que nós, da DS/RJ, e, com
certeza, os colegas que estiveram na assembléia, esperamos realmente
é que daqui em diante, todos estejam juntos até a aprovação
do relatório da MP no Congresso. E que possam comemorar juntos
também. Mais do que uma luta por remuneração digna,
esta é uma luta pela própria dig-nidade.
DS/RJ inaugura hoje o Espaço
dos Associados
Hoje, às 16 horas,
a DS/RJ inaugura o Espaço dos Associados. A programação
terá as palestras "Direitos Adquiridos", com a Dra. Salete
Macaloz, Juíza Federal, e "Dívida Pública Brasileira",
com o Prof. Mar-cos Arruda, Sócio-economista / Professor da Filosofia
da FGV.
O presidente da Direção
Nacional do Unafisco Sindical, Paulo Gil, será o coordenador da
mesa.
Após as palestras, às 18 horas, haverá um coquetel.
O Auditório do Sindicato fica
na Rua Debret, 23 / 7º andar - Centro - Rio de Janeiro
Auditor-Fiscal lança CD com show no Teatro Rival
BR
O Auditor-Fiscal da Receita Federal,
Augusto Martins, lança seu CD, no dia 06 de maio, no Teatro Rival
BR. Augusto canta Djavan e o CD tem participações especiais
de Aquarela Cario-ca, Beth Carvalho, Fátima Guedes, João
Donato, Leila Pinheiro, Seu Jorge e Yamandú. O Teatro Rival BR
fica na Rua Álvaro Alvim, 33 - Centro e os ingressos custam R$10,00,
sem consuma-ção. Vamos prestigiar o nosso Auditor-Cantor.

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