Boletim
n° 35 - 15/05/2002
Mais de 1.000
Auditório Nereu Ramos ficou
pequeno para os Auditores-Fiscais
O Ato Público realizado ontem,
às 14:30h, no Congresso Nacional, reuniu mais de 1.000 manifestantes,
sendo 100 AFRF apenas do Rio de Janeiro. O Auditório Nereu Ramos
esteve lotado durante todo o ato, que terminou quase às nove da
noite.
Uma grande reunião pela manhã
com os AFRF de todo o Brasil, já indicava que seria uma jornada
marcante. Mas nem o mais otimista imaginava o que estava por vir: todos
os lugares ocupados, muita gente em pé, sentada no chão
dos corredores e no hall de entrada. O sucesso da mobilização
foi festejado e exaltado pelos deputados favoráveis ao Projeto
de Conversão em Lei da MP 2.175-29 que compareceram. Além
disso, muitos auditores ainda percorriam os gabinetes dos deputados, que
não pararam de chegar durante toda a tarde. Mais de 60 deputados
marcaram presença, sendo que 58 foram ao microfone manifestar apoio
ao projeto. Muitos outros, que não puderam ir, mandaram mensagens
de aprovação do relatório do Deputado Federal. Roberto
Pessoa (PFL/CE).
O deputado federal João Eduardo
Dado (PDT/SP), um dos maiores e mais ativos defensores do relatório
da MP disse que esta foi a maior manifestação de servidores
públicos federais que ele viu em 15 anos de Câmara. O Dep.
João Eduardo, analisando os discursos dos parlamentares presentes,
concluiu que, entre declarações individuais e de representantes
das bancadas, somaríamos 331 votos, sem contar dissidências
no PMDB e PSDB.
O deputado Prof. Luisinho (PT/SP),
anunciou que numa reunião de líderes terminada naquele instante,
os partidos que apóiam o relatório - 11 contra 1 -, tinham
decidido trancar a pauta até que a MP entre em votação,
impedindo inclusive a votação da LDO. O presidente da DS/RJ
participou desta reunião.
Ricardo Barros permanece irredutível
Dos presentes à reunião,
apenas o deputado Ricardo Barros (PPB/PR) - vice-líder do governo
na Câmara, que disse o que disse sobre os fiscais - insiste em não
votar o relatório.
Ele alega que existem divergências
entre as categoria e que nem todos querem o relatório aprovado.
O Dep. Ricardo Barros usou um documento do Sindten em que, ao contrário
das outras 6 categorias, reinvindicava a não aprovação
do relatório usando argumentos inverídicos de que os técnicos
teriam os salários rebaixados e perderiam atribuições.
O governo usou esta objeção para dizer que as entidades
não se entendem. Para tentar superar o entrave,, ficou marcada
uma reunião uma reunião de todas as categoris, o governo
e as lideranças do Congresso, às 10:00h. Todos em Brasília
estarão mobilizados para acompanhar a reunião.
Aécio Neves comparece ao Ato
No fim da tarde começaram
as negociações para a ida do presidente da Câmara,
Aécio Neves, ao Ato. Deputados intercederam, fiscais procuraram
o deputado e no quase no fim do ele finalmente chegou. Em rápido
pronunciamento o presidente da Câmara disse que irá defender
formalmente junto ao PSDB que as MPs antigas sejam votadas o quanto antes
e irá fazer gestões junto ao presidente do Congresso Nacional,
Senador Ramez Tebet (PMDB) para que se realize uma sessão extraordinária
com esta finalidade, dando prioridade para a MP 2.175-29.
Era o que faltava para coroar um dia
memorável. Além da reunião das 10:00h, outra reunião
de líderes acontecerá na quinta-feira. Cientes de que não
seria viável votar ainda esta semana, todos apostam as fichas para
forçar a votação na próxima semana. A
mobilização deve continuar forte até lá. É
consensual a idéia de que é esta mobilização
que está empurrando o relatório para frente. Temos que manter
esta firmeza, foi a tônica de todas as falações durante
o ato. Vários deputados citaram as mobilizações nos
estados, ressaltando a organização e a força do movimento,
que se realimenta do trabalho parlamentar e o viabiliza ao mesmo tempo.
Paralisação vitoriosa
no Rio
Aqui no Rio de Janeiro, a estimativa
da DS é de que cerca de 80% da categoria esteve paralisada. A orientação
é de reforçar o movimento e chegar até Quinta-feira
com a Receita Federal parada em todo o estado. E depois começar
a outra semana com força total para ir a plenário e ganhar
no voto o que for preciso votar.
Parlamentares fluminenses tiveram baixa
participação
Deputados do Rio de Janeiro que estiveram
no Ato: Miro Teixeira (líder do PDT), Vivaldo Barbosa (PDT) e Laura
Carneiro (PFL), além do Senador Geraldo Cândido (PT/RJ).
É muito pouco, sinal de que os AFRF do Rio de Janeiro precisam
redobrar os contatos com os parlamentares fluminenses.
Movimentação em Brasília
durante todo o dia
Hoje, quarta-feira, as mobilizações
começam com uma passeata com início na Catedral e chegada
no Ministério do Orçamento, Planejamento e Gestão
(MPOG), onde haverá uma manifestação. À tarde,
continuamos com o trabalho parlamentar e todos os deputados serão
procurados em seus gabinetes. Para que tudo dê certo, a paralisação
deverá continuar firme e forte aqui no Rio. Até o fim de
maio, a pressão será total. "Mantendo-se as mobilizações
do jeito que estão, as chances de vitória são bem
grandes" - avaliou o presidente da Câmara, Aécio Neves.
Assim seja!

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