Boletim
n° 36 - 16/05/2002
Assembléia
de hoje vai definir os próximos passos
Luta pelo relatório da MP 2.175/29
entra em uma fase decisiva
A paralisação desta
semana por todo país e o sucesso das mobilizações
em Brasília surtiram efeito. A MP 2.175/29 ainda não entrou
na pauta de votação, mas já entrou na pauta das discussões,
assumindo progressivamente mais importância no rumo das próximas
votações no Congresso Nacional. O Ato Público de
ontem, no Auditório Nereu Ramos, movimentou parlamentares de todo
os partidos e a presença do presidente da Câmara, Aécio
Neves, que assumiu o compromisso de trabalhar pela votação
da matéria junto ao PSDB, reforça a impressão de
que está chegando a hora. Apoiada pelas paralisações
em todos os estados, a Caravana em Brasília resultou em apoios
fundamentais para a nossa vitória. Haja vista a decisão
de líderes de diversos partidos de não votar a LDO enquanto
o relatório da MP não for votado e aprovado.
Hoje pela manhã, duas reuniões
importantes estarão acontecendo em Brasília. Uma, reúne
todas as categorias envolvidas na MP, o governo e as lideranças
do Congresso para encontrar uma solução para a insatisfação
de uma das categorias, que acredita não estar contemplada pelo
relatório. Em seguida, uma reunião dos líderes dos
partidos discutirá a convocação de uma sessão
conjunta do Congresso Nacional para analisar as MPs antigas, com prioridade
para a MP 2.175/29. Esperamos desta reunião o anúncio da
data de votação, de preferência para a próxima
semana. Se houver o acordo, quinta-feira, dia 23/05, é o dia mais
provável.
Uma mensagem importante: com a data
da votação marcada, redobrará a necessidade das mobilizações.
Colocar em votação é uma coisa, ganhar é outra.
O governo vai usar o seu rolo compressor e tentar cooptar parlamentares
que têm se declarado favoráveis aos servidores. Estes precisarão
muito da nossa presença para a segurar a pressão. No momento,
a resistência, vem principalmente no Ministério da Fazenda,
segundo informações.
Assembléia de hoje tem papel
estratégico
A DEN e a DS/RJ esperam que a assembléia
nacional de hoje, nos diversos locais onde se realizam, dê um duro
recado aos parlamentares que ainda resistem à aprovação
do relatório. A recomendação é pela manutenção
das 72 horas, nos dias 21, 22 e 23 de maio, e a aprovação
de um indicativo de paralisação por tempo indeterminado,
a partir do dia 24/05, caso a MP não tenha sido votada até
o dia 23. Mesmo que haja a necessidade de rever este indicativo no fim
da próxima semana, de acordo com os próximos acontecimentos,
é preciso deixar claro, bem claro, quais serão as conseqüências
de uma decisão desfavorável aos AFRF. A possibilidade de
uma paralisação por tempo indefinido assusta o governo,
que passa um momento delicado de divisões internas, mas também
os setores da economia que dependem das aduanas para produzir. Acreditamos
que o governo será pressionado a ceder às reivindicações
dos auditores.
Por enquanto, o único consenso,
partilhado inclusive pelos opositores do relatório da MP, é
que, a manter-se - ou intensificar-se - os atuais níveis de mobilização
e organização demonstrados em Brasília, há
uma forte tendência de vitória ainda na próxima semana.
A imagem do auditório repleto e a ostensiva presença dos
auditores nos corredores impressionaram muito, a ponto de seguranças
tentarem restringir o acesso a determinados setores do Congresso. O próprio
presidente da Câmara, Aécio Neves interviu e, classificando
de "irretocável" a mobilização, condenou
a restrição e determinou a liberação dos acessos.
Como os relatos das paralisações
são favoráveis em praticamente todos os estados, agora é
trabalhar duro para repetir na próxima o sucesso desta semana:
paralisações totais, principalmente nos pontos estratégicos,
e uma nova Caravana a Brasília, a ser aprovada também na
assembléia de hoje.
Paralisação avança
no Rio de Janeiro
A paralisação doa
AFRF teve uma melhora sensível em relação à
outra semana. No Aeroporto, a paralisação é total.
Somente o que sai pelo canal verde está passando. No setor de bagagens,
continuamos com a operação-padrão. No Porto, o desembaraço
de importação e exportação ficou 100% parado.
Só pelo canal verde. Alguns setores internos trabalharam. Atenção,
colegas, a hora é de somar na luta. Cada um é importante,
não importa o setor. No Ministério da fazenda, estimamos
a paralisação em 80% e o plantão fiscal permaneceu
fechado.
PCC's de Duque de Caxias aderem à
paralisação
Os PCC's da Receita Federal da ARF/Duque
de Caxias/RJ, (100%) interessados diretos na aprovação do
Relatório que trata da MP 2.175-29, estão acompanhando a
deliberação dos Auditores Fiscais, e fizeram uma paralisação
nos dias 08, 09, 14,15 e 16.05.02. No prédio da Delegacia da Receita,
Centro/RJ, foi deliberado em assembléia, uma paralisação
para o dia 15.05.02.
A Diretora da ANSARF/RJ, Maria Clarisse,
sugere que outros setores informem, através deste Boletim Informativo,
a participação no movimento e também pede a nossos
colegas que "façam uma avaliação em suas consciências,
de que devemos somar positivamente na luta que, vitoriosa, beneficiará
a todos".
Manifestação reuniu servidores públicos
federais de diversas categorias
Passeata teve cerca de 1.000 participantes
Na manhã de ontem,
quarta-feira, os SPF's fizeram uma passeata da Catedral até a frente
do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
(MPOG). O Ato, realizado em conjunto com a Coordenação Nacional
dos Servidores Públicos Federais (CNESF), marcou a entrega da pauta
de reivindicações para a Campanha Salarial 2002. Entre outros
pontos, os SPF's exigem: reposição imediata de 25,72%, relativos
ao período de junho de 1998 a abril de 2002, conforme a revisão
anual obrigatória determinada pela Constituição;
pela garantia dos direitos sindicais; incorporação das gratificações;
admissão pelo RJU/contra o emprego público; pela manutenção
da previdência pública; pelo cumprimento dos termos dos acordos;
por uma Política Salarial; e, finalmente, campanha contra a ALCA.
A presença dos auditores no
protesto foi expressiva. A pauta foi protocolizada, mas nenhuma autoridade
estava no prédio do MPOG na hora da entrega. Durante a passeata,
uniu-se ao movimento um grupo que protestava contra o descaso do governo
contra a dengue. A faixa SERRA PRESIDENGUE ficou exposta durante toda
a manhã em frente ao Ministério da Saúde.
Após o término do Ato
de Protesto, os AFRF seguiram para o Congresso Nacional para continuar
o trabalho parlamentar.

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