Boletim
n° 39 - 23/05/2002
Intransigência do governo
leva categoria para a greve
O Trabalho Parlamentar chegou a todos
os deputados e senadores, com resultados altamente positivos para a categoria.
No Congresso Nacional as portas estão abertas, desde que a categoria
continue jogando peso nas mobilizações, como tem acontecido.
Ontem foi mais um dia de movimentação intensa para os AFRF
em Brasília. O Ato Público no Auditório Petrônio
Portela, no Congresso Nacional, teve um bom comparecimento dos parlamentares.
A presença mais significativa foi a do vice-presidente do PFL no
Senado, Senador Edson Lobão, que declarou que o presidente do Congresso
Nacional, Senador Ramez Tebet (PMDB), e o vice-presidente, Ded. Efraim
Morais (PFL), já têm um entendimento de que a matéria
deve ser votada o quanto antes. Segundo ele, apesar da existência
de um acordo de cavalheiros entre o Congresso e o Poder Executivo de somente
votar as MPs antigas de acordo com a vontade do governo, este acordo pode
ser rompido. A razão para o rompimento está em que todos
os líderes de partidos, inclusive do PSDB, partido de presidente
da república, assinaram o ofício que solicita a votação
do relatório do Dep. Roberto Pessoa. Efraim Morais foi o deputado
que entregou ao Senador Ramez Tebet, e ao presidente da Câmara,
Dep. Aécio Neves, os ofícios assinados, solicitando que
a decisão dos líderes seja respeitada. Segundo Efraim Morais,
Ramez Tebet acatou o argumento e comprometeu-se a colocar o relatório
da MP 2.175/29 em votação na próxima semana ou na
outra. Hoje, dificilmente haveria quorum e na próxima semana também
será arriscado, porque há um feriado na quinta-feira. Daí
estar indefinida a data.
Governo é o único que trava a votação
Todos os líderes de partidos da oposição (PT, PSB,
PDT, PC do B) e dos partidos governistas (PSDB, PFL, PMDB, PPB, entre
eles), na Câmara e no Senado, já assinaram o ofício
solicitando a votação. Apenas os líderes do governo,
Arnaldo Madeira e Arthur Virgílio, não assinaram.
Desde ante-ontem, o isolamento do governo começou a transparecer.
O Dep. Ricardo Barros, vice-líder do governo já disse que
a palavra do governo federal sobre a MP está com o Ministro Pedro
Parente, indicando o caminho a seguir.
Integrantes da Caravana do Rio de Janeiro também conversaram com
outro vice-líder do governo e um vice-líder do PFL que,
diante da possibilidade de uma greve por tempo indeterminado, vão
tentar convencer o governo a colocar a MP em pauta. Nossa posição
foi clara: não queríamos uma greve por tempo indeterminado,
mas a intransigência do governo nos obriga a fazê-la. Sem
a data marcada, avisamos, vamos parar no país inteiro. Eles nos
indagaram sobre a possibilidade da categoria flexibilizar a greve, no
caso da matéria ir à votação. Obviamente,
pode haver uma negociação, desde que a categoria decida
assim, com base em compromissos concretos, ou seja, apenas quando o relatório
estiver efetivamente na pauta. A preocupação destas lideranças
é com os prejuízos que uma greve acirrada na Receita pode
trazer ao governo.
Em contrapartida, entre todos os parlamentares favoráveis ao relatório
há uma visão consensual: a paralisação deve
continuar forte, caso contrário o governo cresce e adia a votação.
Assembléia Nacional definirá
hoje as novas mobilizações.
Indicativo recomenda a paralisação por tempo indeterminado
MP: vencidas as resistências no
Congresso,
questão agora é o tempo
O governo joga com o
tempo: quer vencer pelo cansaço e conta com o "recesso"
da Copa do Mundo, das Festas Juninas e das Convenções Partidárias,
que começam em 10 de junho, para livrar-se da MP. Portanto, nosso
tempo é curto.
A nossa alternativa é encurtar
também o tempo do governo e a maneira de fazer isso é aprofundar
a greve, que, por tempo indeterminado, provocará desgaste considerável
ao governo às vésperas da ratificação de seus
acordos eleitorais e em vias de consolidar o seu candidato oficial à
presidência. O caldo do governo, que entornou no legislativo com
diversos partidos ameaçando trancar a pauta, pode também
entornar junto aos setores mais caros ao governo: os grandes empresários,
que temem as operações-padrão e a retenção
de suas mercadorias na alfândega. Amanhã, na assembléia,
os colegas que estão voltando de Brasília terão informações
para transmitir com os detalhes de quem estava presente às reuniões.
Compareça!
Assembléia aprova novas ações
judiciais
Assembléia Nacional do Rio
de Janeiro, realizada na DS/RJ, dia 21/05, aprovou todos os indicativos
propostos pela DEN sem nenhum voto contrário, registradas apenas
algumas abstenções em alguns indicativos. A assembléia
foi bastante participativa, com os associados solicitando diversos esclarecimentos.
Em virtude das limitações de espaço em nosso Boletim,
voltaremos a cada um dos temas sempre que o Unafisco recorrer às
ações judiciais que foram autorizadas. É fato que,
em cada uma das áreas mencionadas, percebe-se uma movimentação
para suprimir direitos dos auditores e demais servidores, caso mais explícito
do Direito de Greve. Com as decisões tomadas, o Unafisco está
preparado para reagir prontamente se necessário.
Veja quais foram as medidas aprovadas
1. Autoriza a contratação
do escritório jurídico DINAMARCO para a prestação
de serviços advocatícios no patrocínio dos interesses
do Unafisco nos recursos especiais e extraordinários individualmente
interpostos nos embargos à execução do acórdão
que julgou a ação civil pública proposta pelo Ministério
Público, estendendo os 28,86% aos servidores civis. É o
caso dos AFRF do Rio Grande do Sul, cujo julgamento pelo STJ criará
jurisprudência para as futuras ações da União
contra a execução dos 28,86%. Uma decisão favorável
aos AFRF gaúchos facilitará a defesa de todos os demais,
o que é do interesse de todos. Os valores foram aprovados para
o ano vigente, remetendo a definição sobre novos valores,
inclusive honorários de êxito, para decisão posterior.
2. Autoriza o Unafisco Sindical a
cobrar anualmente, de cada associado beneficiado pela ação
relativa aos 28,86%, o valor correspondente a reembolso de gastos efetuados
pelo sindicato com os processos de execução e com as demais
medidas adotadas visando assegurar o êxito final dessas ações.
Segundo o sindicato, na prática está se constituindo um
departamento jurídico exclusivamente para os 28,86%, pelo montante
de processos de execução.
Como foi aprovado o indicativo nº
1, o valor da anualidade será de R$ 90,31.
3. Autoriza o Unafisco Sindical a
ajuizar ações judiciais como substituto processual e/ou
representante processual de seus associados contra inconstitucionalidades
e/ou ilegalidades das leis, decretos e atos administrativos relacionados
ao Auxílio-Alimentação.
4. Autoriza o Unafisco Sindical a
ajuizar ações como substituto processual e/ou representante
processual de seus associados contra inconstitucionalidades e/ou ilegalidades
das leis, decretos e atos administrativos relacionados ao Direito de Greve
dos AFRF, bem como autoriza o Unafisco Sindical a intervir em ações
judiciais interpostas por terceiros que afetem, direta ou indiretamente,
o direito de greve dos AFRF, assegurado pela Constituição
Federal.
5. Autoriza o Unafisco Sindical a
efetuar representações ao Ministério Público
e/ou outros órgãos competentes, contra quaisquer atos e
medidas administrativas que, visando reprimir ou esvaziar o movimento
paredista, colidam com a legislação tributária e/ou
possam causar danos ao erário, ou ponham em risco a saúde
e a segurança públicas.
Projeto de Conversão em Lei da
MP 2.175/29
Aprovação já!
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