Boletim
n° 43 - 05/06/2002
Congresso Nacional vota MP hoje
Mobilizações devem manter a pressão
As categorias interessadas na votação
da MP 2.175/29 deram ontem mais uma demonstração de força,
colocando outra vez acima de 1.000 integrantes no Congresso Nacional.
Depois de muito trabalho durante todo o dia, Auditores-Fiscais da Receita
Federal, da Previdência e do Trabalho, Peritos Médicos do
INSS e PCC's receberam, no fim da tarde, a notícia tão esperada:
o presidente do Congresso Nacional, Senador Ramez Tebet (PMDB/MS), convocará
hoje uma sessão extraordinária das duas casas para votar
a MP 2.175/29.
Um dia cheio de vibrações
Logo após o almoço,
começou o Trabalho Parlamentar. Por volta das 15h, o Auditório
Petrônio Portela, do Senado, já estava lotado para mais um
Ato Público, o quarto realizado nas dependências do Congresso
Nacional desde o início de abril, o terceiro com mais de 1.000
pessoas. Enquanto representantes das entidades faziam a abertura, outros
colegas se encarregavam de comunicar aos parlamentares que o evento já
tinha começado. Outros grupos trabalhavam pela colocação
da MP em votação. Aos poucos, deputados e senadores começaram
a chegar.
Através deste nosso boletim,
talvez não seja possível dar a dimensão exata do
que se passa em nossas caravanas. Distribuídos em pequenos grupos,
conseguimos visitar centenas de gabinetes ao mesmo tempo, além
de ocupar o auditório, entrar no plenário, agendar reuniões
etc. Assim, o Senador Ramez Tebet, como vocês verão, recebeu
uma avalanche de telefonemas na tarde de ontem e não sabemos ao
certo em que ordem. Por fim, foi através de um telefonema que chegou
a notícia que todos nós esperávamos.
Deputados exaltam a mobilização
Era visível a expressão
de admiração, principalmente dos parlamentares que estiveram
lá nas vezes anteriores. Inúmeros disseram que jamais tinham
visto algo semelhante no Congresso Nacional, com a organização,
coragem e persistência das nossas caravanas. Entre todos, uma unanimidade:
a manutenção da mobilização até a vitória
final. O governo não vai ceder. É o movimento que garantirá
a vitória.
Desta vez, compareceram os deputados
Gonzaga Patriota (PSB/CE), Luísa Erundina (PSB/SP), Jair Bolsonaro
(PPB/RJ), Maria do Carmo (PT/RJ), José Militão (PTB/MG),
Luiz Bittencourt (PMDB/GO), Pompeu de Matos (PDT/RS), Joel de Hollanda
(PFL/PE), Givaldo Carimbão (PSB/AL) e os senadores Saturnino Braga
(PT/RJ), Severino Cavalcanti (PPB/PE), Casildo Maldaner (PMDB/SC) e Mauro
Miranda (PMDB/GO).
Participação do Dep. Miro
Teixeira foi fundamental
A participação do líder
do PDT, Dep. Miro Teixeira, do Rio de Janeiro, foi decisiva para a MP
2.175/29 entrar na pauta de votação. Em um telefonema para
o Senador Ramez Tebet, ele argumentou que o ofício assinado pelo
presidente da Câmara, Dep. Aécio Neves (PSDB/MG), dando apoio
à votação, na prática deixava o senador como
o único responsável pela não inclusão da matéria.
Miro ainda leu trechos do nosso Informativo, onde apareciam os compromissos
que o senador tinha assumido em frente às câmeras.
Durante a tarde, Miro também
conseguiu marcar um encontro da base do Rio de Janeiro, dentro do plenário
do Senado, com o vice-líder do governo no Senado, Senador Romero
Jucá (PSDB/PR). Nessa conversa, o parlamentar garantiu que não
havia qualquer óbice à colocação da MP em
pauta. Neste exato momento, o Senador Ramez Tebet estava convocando o
vice-líder do governo Dep. Ricardo Barros (PPB/PR) para comunicar-lhe
que a MP estava entrando na pauta.
Telefonema confirma a votação
Entretanto, para quem estava no Auditório
Petrônio Portela a notícia chegou através do presidente
do Unafisco Nacional, Paulo Gil, que pediu a palavra e comunicou: o Dep.
Efraim Morais (PFL/PB) acabara de ligar para dizer que telefonou ao presidente
do Congresso, que estava em plenário, e este confirmou que a MP
2.175/29 estará na pauta do dia 05/06. O plenário aplaudiu
de pé, os integrantes da mesa deram-se as mãos e a comemoração
foi geral.
Daí em diante, começaram
a chegar diversos parlamentares que, além de nos parabenizar pela
excelente notícia, alertaram que a entrada na pauta é apenas
mais um passo. O regimento do Congresso Nacional tem suas peculiaridades,
que devem ser bem observadas. João Paulo Cunha, líder do
PT, chamou a atenção para a necessidade de uma convocação
extraordinária. "Para amanhã [hoje], a sessão
foi convocada unicamente para dar posse aos membros do Conselho de Comunicação
Social e não é possível adendar a MP em uma pauta
pré-definida porque o regimento não permite" - disse
ele.
O Dep. Padre Linhares (PPB/CE), provocado
pelos colegas, telefonou de seu gabinete para o Senador Ramez Tebet -
que confirmou a disposição de convocar uma sessão
extraordinária para votar hoje a MP 2.175/29 - e foi ao Auditório
comunicar a decisão do presidente do Congresso. A platéia
vibrou novamente. O Ato prosseguiu com a intervenção de
diversos parlamentares e o encerramento teve a brilhante participação
da cantora Gisa Pitanga, que interpretou o Hino Nacional.
MP na pauta aumenta o trabalho
Uma reunião realizada ontem
à tarde entre o Dep. João Eduardo Dado (PDT/SP) e técnicos
da Casa Civil deixou claro que o governo resistirá o quanto puder.
Os representantes do governo fizeram uma série de sugestões
"alternativas", que na prática revelaram a disposição
de protelar uma solução para as categorias. Ainda não
sabiam que a pauta estava definida.
Às 20h, mesmo contra a vontade
do governo, veio a confirmação definitiva. A pauta de hoje
foi publicada e a MP 2.175/29 está lá. Uma grande vitória.
Mas também sinal de muito trabalho pela frente. O governo, nós
sabemos, vai jogar pesado. Temos que estar preparados para tudo. Mais
do que nunca, os colegas devem mobilizar-se para que toda a Receita esteja
totalmente parada e fazer uma vigília para a votação.
E, mesmo vencendo a votação hoje, devemos continuar mobilizados.
Temos que estar preparados para a possibilidade do governo vetar a MP.
Somente quando o relatório estiver sancionado pela presidência
é que poderemos descansar.
Estratégia está definida
Às 21h de ontem, começou
a reunião de avaliação no auditório do Hotel
San Marco para planejar o trabalho de hoje. Foram feitos os informes dos
contatos com os parlamentares. O Dep. Chico Sardelli (PFL/SP) esteve presente
e manifestou seu apoio ao relatório do Dep. Roberto Pessoa (PFL/CE).
Eram aproximadamente 23h, quando chegaram para a reunião o Dep.
João Eduardo Dado e, em seguida, o Dep. Vivaldo Barbosa (PDT/RJ).
Eles revelaram que o governo já tinha duas estratégias definidas:
obstrução e/ou pedido de verificação de quorum,
segundo o próprio vice-líder do governo na Câmara,
Dep. Ricardo Barros.
Isso significa que teremos que trabalhar
dobrado para assegurar a presença dos deputados e senadores. Ontem,
o presidente da Câmara já acenava para os deputados deixarem
Brasília, dizendo que nada seria votado na casa esta semana. A
Câmara não pode votar nenhuma MP (a do salário mínimo,
por exemplo) porque assim trancaria a pauta no Senado, atrasando a votação
da CPMF. Nada disso tem a ver com a nossa MP, que será votada em
sessão única do Congresso Nacional, mas, espertamente, os
governistas se aproveitaram da situação para dificultar
o quorum na sessão de hoje à tarde.
Por isso, ficou definido que nós
estaremos novamente a partir de 8:30h em todos os cantos do Congresso
Nacional. É comum, o parlamentar, nesta situação,
ir até o plenário apenas para registrar a presença
e voltar imediatamente para seu estado. É neste momento que estaremos
tentando convencer os nossos aliados a permanecer em Brasília e
comparecer à votação.
Já nos estados, a paralisação
deve ser total para deixar muito claro ao governo e aos seus parlamentares:
a Receita vai enfrentar a maior greve que o país já viu
caso a MP não seja votada hoje.
Os colegas que estão mobilizados
no Rio de Janeiro devem enviar este recado aos deputados e senadores por
telefone, fax e email logo que receberem este boletim. Os sites do Unafisco
têm tudo pronto para os emails. E os sites www.camara.gov.br e www.senado.gov.br
têm os números de telefone e fax. Ligue o mais cedo que puder
e cobre a presença.
Hoje é um dia histórico
para nós. Juntos, até a vitória!
"Vocês criaram um embaraço
muito grande ao governo e prestaram um serviço imenso a todos os
servidores públicos do país. O movimento limou a disparidade
que o governo começava a impor aos servidores. Como fiscal de rendas
em São Paulo, sou muito agradecido ao movimento de vocês"
Dep. João Eduardo Dado (PDT/RJ)
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