Domingo, 09 de outubro de 2003
O DIA
COLUNA DO SERVIDOR
Teresa Cristina Fayal
Desfalque no quadro
A Reforma da Previdência, que tramita no Senado,
assustou os servidores e esvaziou os quadros dos principais órgãos
federais. Dados do Sistema Integrado de Administração
de Recursos Humanos (Siape) revelam que o número de aposentadorias
quadruplicou em relação ao ano passado. Até julho,
último levantamento do Governo federal, já tinham sido
publicadas 11.180 novas aposentadorias. Em todo o ano passado, foram
concedidas apenas 5.790. A causa da corrida para a inatividade é
o aumento de sete anos, para homens e mulheres, na idade mínima
para a aposentadoria e também do tempo de contribuição.
Para aqueles que já estão próximos de se aposentar,
uma regra nova assusta ainda mais. De acordo com o texto aprovado na
Câmara dos Deputados, haverá pedágio de 20% sobre
o tempo de contribuição contabilizado até a promulgação
da reforma. O levantamento do Siape ainda não está detalhado,
mas um olhar mais atento nas repartições públicas
revela um aumento considerável nos pedidos de aposentadoria proporcional.
Abono
Nem a decisão do Governo federal de manter o abono-permanência
pelas regras antigas fez o servidor mudar de idéia. O benefício
é concedido a todos àqueles com idade e tempo para se
aposentar que optarem por ficar na ativa (25 anos de contribuição,
se mulher, ou 30 de contribuição, homem). O valor do abono
equivale a 11% do salário bruto, mesmo índice do desconto
previdenciário. Depois da reforma, passando para a inatividade,
haverá a taxação na faixa que ultrapassar R$ 1.058.
História diferente
Enquanto na Previdência Social a semana foi confusa,
no Previ-Rio o processo de recadastramento é feito há
anos, sem tumulto. Presidente da instituição, Antônio
Luiz Borges Côrtes diz que os 12 mil pensionistas podem escolher
a forma de se recadastrar. Há até a possibilidade de se
comparecer a cartório com formulário enviado pelo Previ-Rio
e reconhecer firma (por autenticidade que exige a presença)
e enviar o documento pelo Correio.
Carta e visita
Outra diferença para se evitar atropelos: quando
um pensionista não se recadastra no prazo determinado pelo Previ-Rio,
o fundo encaminha uma carta para saber se há algum problema.
Persistindo a ausência de manifestação do beneficiário,
a suspensão do pagamento se dá no segundo mês. Pessoas
doentes podem solicitar a presença de um assistente social da
Prefeitura do Rio para ir ao local de internação, ou à
casa do pensionista, a fim de proceder o recadastramento e garantir
o benefício.
De surpresa
Servidores do INSS, que tiveram desempenho criticado pelo
ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, devolveram a acusação
no episódio do recadastramento dos segurados acima de 90 anos
que ficaram com os benefícios bloqueados. Eles só receberam
a informação e regras para o atendimento aos idosos na
segunda-feira passada, dia em que os aposentados e pensionistas descobriram
que só conseguiriam sacar o benefício se provassem que
estavam vivos.
