TRIBUNA
DA IMPRENSA Paim critica PT por não ter discutido
emenda paralela BRASÍLIA - Ao participar ontem de um ato de protesto contra a proposta de emenda constitucional (PEC) paralela que pode alterar a reforma da Previdência, o vice-presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS), reclamou que a bancada do partido não se reuniu para discutir essa iniciativa, apresentada pela base governista na Casa. A emenda constitucional paralela foi apresentada pelo líder do PT, senador Tião Viana (AC), que é relator da reforma da Previdência. O texto, porém, não contou com a assinatura dos partidos de oposição - PSDB, PFL e PDT. "Vou provocar a bancada para que tenhamos uma definição sobre essa proposta", afirmou, ao lado dos líderes do PSDB, Arthur Virgílio (AM), do PFL, José Agripino (RN), e do PDT, Jefferson Peres (AM). Na presença de 17 representantes de entidades sindicais, Paim enfatizou o ineditismo da idéia. "Imagine se essa moda pega", ironizou, seguindo a mesma linha de raciocínio de Peres. "Fui surpreendido com essa figura esdrúxula criada pela base governista no Senado que apresentou uma proposta de emenda constitucional (PEC) paralela à reforma previdenciária", disse o líder do PDT no Senado. Entre as mudanças dessa emenda ao texto original da reforma aprovada na Câmara, está a criação de uma regra especial para aposentadoria de donas de casa. Faculta também aos governadores a fixação de um teto diferenciado para os funcionários públicos do Executivo, até o limite do salário do desembargador. "Essa PEC traz novidades perversas que não foram discutidas ao longo do debate da reforma da Previdência. É um samba do crioulo doido", afirmou Agripino. Segundo Virgílio, a emenda paralela pode até passar, mas "não terá a legitimidade" dos tucanos. Durante o ato de protesto contra a PEC, que contou com a participação de 17 entidades, além dos líderes, um clima de mal-estar foi criado entre a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que também participou do evento, junto com a senadora Heloisa Helena (PT-AL). "Eu não tive acesso a essa PEC paralela", disse Serys, iniciando o discurso. Mas foi interrompida pelo senador Demóstenes Torres (PFL-GO). "Mas a sua assinatura está aqui na PEC", disse, ao que ela respondeu, constrangida: "De qualquer forma, nós não discutimos na bancada." Relator apresenta nova versão "Foi um erro de redação já corrigido",
afirmou. Também ficou de fora da proposta, mas será incluído
pelo relator na emenda, o pagamento integral das pensões até
o valor de R$ 4.800,00 para os pensionistas com doenças "incapacitantes",
que serão definidas em lei. |