TRIBUNA
DA IMPRENSA PSDB entra com Adin contra MP BRASÍLIA - O presidente do PSDB, José Aníbal, protocolou ontem, no Supremo Tribunal Federal (STF), uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a Medida Provisória 135, que aumentou a alíquota da Cofins de 3% para 7,6%. "Estamos entrando com Adin para coibir a arbitrariedade tributária do governo", justificou Anibal, conforme o texto divulgado por sua assessoria. "Queremos o fim da cumulatividade, mas não aceitamos o aumento da carga tributária", afirmou. Na ação, o PSDB questiona três pontos. O primeiro deles é que o presidente da República não pode editar Medida Provisória para fazer alterações na Cofins, vedação prevista no artigo 246, da Constituição. O segundo argumento é que a edição de MP viola uma função que é do Legislativo porque a Cofins só pode ser alterada por projeto de lei. O terceiro argumento é que a elevação da alíquota configura um confisco para os prestadores de serviço. PFL O fim da cobrança cumulativa da Cofins e o aumento da alíquota
para o setor de serviços entram em vigor em 1º de fevereiro,
90 dias após a publicação da Medida Provisória
135 que ocorreu em 31 de outubro. Essas medidas só não entrarão
em vigor se forem anuladas se o Supremo Tribunal Federal acatar a ação
de inconstitucionalidade ou se o Congresso rejeitar a Medida Provisória
em votação no plenário das duas Casas. Governadores tucanos reclamam
Os governadores do PSDB argumentam que essa divisão poderia ser definida por meio de medida provisória (MP), a exemplo do que ocorreu com a MP que acabou com a cumulatividade da Cofins. Também reclamaram da falta de definição dos recursos que integrarão os Fundos de Desenvolvimento Regional (FDR) e de exportação, que compensaria a desoneração das exportações. Durante um almoço entre a bancada do partido no Senado e governadores da legenda, a assessoria técnica tucana apresentou dados informais que apontam o crescimento da arrecadação em 2004 muito acima das estimativas anunciadas pela administração federal. Os dados preliminares indicam que poderá haver um acréscimo de arrecadação superior a R$ 15 bilhões. Os cálculos da assessoria consideram que o aumento será obtido com as seguintes medidas, já anunciadas: elevação da alíquota do PIS de 0,65% para 1,65% sobre o faturamento líquido - R$ 2 bilhões; mudança na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e elevação da percentagem da Cofins dos bancos de 3% para 4 % - R$ 1 bilhão, e ampliação da taxa da Cofins de 3% para 7,6% pela MP 135 - R$ 12 bilhões. Além disso, a assessoria da legenda relacionou entre as regras que trarão ganho o fim do crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os exportadores, que tornará possível uma arrecadação adicional de R$ 4 bilhões, e a cobrança da Cofins sobre os produtos importados, que trará outros R$ 4 bilhões. Os assessores lembram ainda que não foram incluídas no
Orçamento de 2004 verbas para a desoneração das exportações,
que, este ano, ficaram em R$ 3,5 bilhões.
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