Terça-feira, 16 de setembro de 2003
O DIA
OAB defende inativos
Ordem dos Advogados do Brasil vai ao
Supremo para barrar a contribuição previdenciária
dos aposentados
BRASÍLIA - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
decidiu entrar com Ação Direta de Inconstitucionalidade
no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a taxação dos
servidores inativos prevista na Reforma da Previdência. Rubens
Approbato Machado, presidente da OAB, disse que, após a publicação
do texto, uma comissão vai estudar a legalidade da contribuição
previdenciária (11%), tal como foi aprovada no Congresso.
Approbato se disse preocupado com a falta de diálogo entre os
três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e o
respeito aos princípios do direito adquirido, do ato jurídico
perfeito e da coisa julgada. A ação, no entanto,
poderá esbarrar na concessão feita ao Judiciário,
que já tem garantido o teto de 90,25% do salário de um
ministro do STF.
O texto que trata do subteto nos estados sofrerá alterações,
adiantou o líder do PT e relator da reforma no Senado, Tião
Viana (AC). O Governo já identifica tendência de rejeição
aos termos aprovados pela Câmara e pode acrescentar alternativas
na apresentação do parecer à Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), confirmada para amanhã.
O relator recebeu 257 emendas ao texto, e a maioria delas trata do subteto
nos estados.
Viana admite que a oposição tem 34 votos, quando o Governo
precisa de 49 para a aprovação. Isso indica votação
apertada. Há a hipótese de a reforma ser promulgada, sem
uma definição sobre o assunto, que vai continuar sendo
debatido no Congresso. Outra saída é deixar a definição
nos estados, que enviariam leis próprias sobre seus subtetos.
Para os funcionários do Executivo nos estados, a proposta atual
prevê que o subteto não deverá ultrapassar o salário
do governador. Servidores do Legislativo têm como referência
o salário dos deputados estaduais, enquanto trabalhadores do
Judiciário vão obedecer ao limite do salário do
desembargador (90,25% do salário do ministro do STF).
O que os senadores estão discutindo é a distorção
que essas regras vão gerar entre os estados, que registram grandes
diferenças salariais entre os governadores. Pelo mesmo critério,
o Governo argumenta que a fixação de um subteto único,
como defendem os senadores, também é considerada injusta.
Representantes da CUT, CGT, AMB (Associação dos Magistrados
Brasileiros) e confederações de aposentados e servidores
participaram de audiência pública na Comissão de
Constituição e Justiça para discutir a reforma,
na presença do secretário de Previdência, Helmut
Schwarzer.
