quarta-feira, 13 de agosto de 2003
O Globo
Novo lobby balança a base
Adriana Vasconcelos, IsabelaAbdala e Jailton de Carvalho
BRASÍLIA
O governo teve de trabalhar duro ontem para barrar mais um lobby corporativista
apoiado por líderes da própria base governista. A nova pressão
sobre o Congresso por mais concessões na reforma da Previdência
foi liderada por policiais civis, procuradores municipais, auditores
e fiscais da Receita nos estados e oficiais da Polícia Militar,
com apoio da base do governo. As categorias pressionam para serem incluídas
no subteto do Judiciário estadual, que será de 90,25% do
salário de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), cerca de
R$ 15 mil. Por enquanto, os negociadores do governo, como o vice-líder
Professor Luizinho (PT-SP), negam que serão atendidos.
Líder do PT foi o primeiro a apoiar
O primeiro a assinar o ofício com a reivindicação
do grupo, que se intitulou Colégio Nacional de Segurança
Pública, foi o líder do PT na Câmara, Nelson Pellegrino
(BA). A independência do petista provocou a ira do chefe da Casa
Civil, José Dirceu, e levou Pellegrino a recuar no fim do dia.
- Acho o pleito justo, mas assinei na condição de que só
votaria a favor se o governo aceitasse - disse Pellegrino.
O ofício teve também a assinatura do líder do PMDB,
Eunício Oliveira (CE), que ontem à noite tentava se justificar
alegando que o documento teria sido apresentado como um acordo com a base.
Já o vice-líder do PSB, Beto Albuquerque (RS), defende uma
proposta que deixa o governo ainda mais preocupado: quer o subteto único
para todos os poderes, com o mesmo valor do Judiciário. A proposta
é rechaçada pelos governadores, que alegam não ter
recursos para bancar o aumento que isso geraria na folha de pessoal com
o efeito cascata.
O líder do governo, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), não escondeu
o desconforto que as assinaturas de líderes aliados provocaram
na reta final da votação da reforma da Previdência
em primeiro turno, quando o governo tenta não fazer mais concessões.
- O governo não acha justo que o servidor público estadual
reivindique um salário maior do que o do governador - protestou
Rebelo.
Adiada a votação dos destaques
Um grupo de representantes da Associação de Delegados da
Polícia Civil pediu ontem que os secretários estaduais de
Segurança pressionem os governadores a encampar a proposta de alteração
do teto salarial. O pedido da associação foi apresentado
pelo deputado João Campos (PSDB-GO) na reunião do Colégio
Nacional de Secretários de Segurança Pública. Os
secretários estavam reunidos para discutir projeto alternativo
ao Estatuto do Desarmamento quando o grupo liderado por João Campos
entrou na sala para apresentar a reivindicação.
- Claro, isso é do meu interesse pessoal. Sou delegado da Polícia
Civil - entusiasmou-se o secretário de Segurança de Rondônia,
Paulo Moraes.
Como se não bastassem os problemas na base, o governo teve que
adiar para hoje a votação dos destaques e das emendas da
reforma da Previdência. O plano era finalizar ontem a votação
da reforma depois da aprovação de três medidas provisórias
que trancavam a pauta. Mas o PFL obstruiu a votação da primeira
MP por mais de nove horas.
O partido da oposição conseguiu abrir espaço para
negociar o destaque da sua bancada que extingue o redutor de 50% das pensões
acima do teto de R$ 2.400. Líderes do governo já admitiam
à noite que esse redutor poderá cair para 40%, desde que
o PFL aceite a inclusão de todos os destaques numa única
emenda aglutinativa. Nela, estaria a elevação de R$ 1.200
para R$ 1.440 da faixa de isenção da contribuição
previdenciária dos servidores inativos da União.
Dirceu faz apelo ao
Senado
Isabel Braga
BRASÍLIA. O governo avançou ontem na costura de um acordo,
que inclui o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para
tentar garantir na Casa a aprovação da reforma da Previdência,
em fase final de aprovação na Câmara. O Senado não
mudaria o texto da Previdência e, em troca, poderia aprofundar as
negociações em torno da reforma tributária. A estratégia
foi apresentada pelo líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante,
em reunião com os senadores da base governista (PT, PTB e PSB)
no Palácio do Planalto, e ratificada pelo chefe da Casa Civil,
José Dirceu.
O relatório do deputado Virgílio Guimarães (PT-MG)
seria aprovado sem alterações pelos deputados e encaminhado
aos senadores, que se responsabilizariam pelas negociações
sobre o sistema tributário com o governo e os governadores.
Ao deixar claro ontem aos senadores da base aliada que o governo não
trabalha com a hipótese de mudanças no texto da reforma
da Previdência, o ministro tentou convencer os senadores de que
o papel estratégico do Senado será o de aprofundar o debate
da reforma tributária.
Dirceu avisou que as articulações estão sendo feitas
de forma cautelosa, para evitar conflitos com os deputados e o presidente
da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP).
- Há um amplo reconhecimento de que a Câmara debruçou-se,
tratou com profundidade o tema e fez uma negociação abrangente
e complexa, junto aos governadores e ao Poder Judiciário. Não
há qualquer mudança substantiva que possa mobilizar a base
governista no Senado - disse Mercadante.
"A idéia
é não mexer em nada"
No PMDB, o sentimento de que não adianta alterar a reforma da
Previdência é forte: mesmo sendo um cargo de destaque, os
peemedebistas não estão dispostos a brigar pela relatoria
da reforma no Senado.
- Quem pariu Mateus que o embale - disse um senador do PMDB.
Os peemedebistas avaliam que atender às reivindicações
dos servidores poderia desfigurar o texto, e mexer na proposta para torná-la
mais rígida seria um desgaste desnecessário, pois o texto
seria novamente alterado na Câmara. O líder do governo no
Congresso, senador Amir Lando (PMDB-RO), reafirma a posição
de não alterar a proposta da Câmara:
- A idéia, evidentemente, é não mexer em nada. Seria
repetir o drama vivido na Câmara. O governo transigiu o quanto pôde
e a reforma realiza justiça social. O importante é aprová-la
com celeridade.
Também no PT a tarefa de escolher um relator não será
das mais fáceis. Os mais rebeldes, que lutam por mudanças
no texto, deverão ser descartados. É preciso encontrar um
senador afinado com o governo para assumir o posto e defender o texto
negociado na Câmara.
O ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, esteve ontem no Senado
para um encontro com o senador Paulo Paim (PT-RS). O ministro levou dados
sobre a dificuldade do sistema previdenciário, que já registra
um desequilíbrio de R$ 15 bilhões até junho deste
ano.
- O governo vai tentar convencer os senadores de que a proposta que está
sendo votada na Câmara é resultado de um amplo acordo, construído
com muita dificuldade, e que é necessário que essa reforma
tenha a sua aprovação garantida através de um voto
maduro do Senado - avisou Berzoini, depois do encontro com Paim. Os resistentes
do PT já haviam se reunido com Dirceu.
O senador petista, por sua vez, sugeriu a Berzoini - e também
a Dirceu, na reunião da manhã - a regulamentação
fatiada da reforma da Previdência. Ele aceita promulgar a maior
parte do texto, mas quer alterar pelo menos três pontos da reforma:
o redutor de 50% das pensões do serviço público;
as regras de transição mais flexíveis e o aumento
do teto de isenção dos servidores inativos da União
de R$ 1.440 para R$ 2.400.
O presidente nacional do PT, José Genoino, avisou que a posição
do partido sobre a reforma da Previdência é clara e o que
foi acertado na Câmara valerá no Senado.
Categorias têm altos salários
O movimento dos oficiais da Polícia Militar e de delegados da
Polícia Civil é resultado de uma das mais graves distorções
salariais do serviço público. Não existem dados oficiais
disponíveis, mas há muitos coronéis da PM e delegados
que têm salários superiores ao de governadores. E é
isso que querem manter, sem ter que se adequar ao novo teto fixado na
reforma da Previdência.
Com a aprovação da reforma e a fixação de
teto salarial para os três poderes, todos os policiais teriam que
ficar submetidos ao limite do salário pago ao governador de seu
estado. Para tentar driblar o limite, os líderes dos policiais
passaram a reivindicar que fossem enquadrados no limite do Poder Judiciário,
que chega a quase R$ 15 mil.
Um dos exemplos mais famosos das distorções salariais na
polícia é o de um coronel da PM do Rio que tem salário
superior a R$ 30 mil. Quando era governador, o atual secretário
de Segurança do Rio, Anthony Garotinho, se insurgiu contra o privilégio
mas esbarrou na Justiça. O policial engordou o salário,
como vários outros colegas, com brechas na legislação.
Em alguns casos, essas brechas foram ratificadas por decisões judiciais.
Professores da UFRJ
decidem pôr fim à greve
Os professores da UFRJ decidiram ontem encerrar a greve iniciada em 8
de julho contra a reforma da Previdência. Eles devem retornar ao
trabalho na próxima segunda-feira e a expectativa é de reporem
as aulas em três semanas. Os servidores da universidade, porém,
mantêm a paralisação.
Segundo a presidente da Associação dos Docentes da UFRJ
(Adufrj), Cleusa Santos, houve uma clara divisão na categoria:
reunidos em assembléia geral, eles aprovaram a saída da
greve por 78 votos favoráveis, 75 contrários e três
abstenções.
O racha entre os professores da UFRJ é inédito na história
recente da universidade. Parte do corpo docente se organizou contra a
greve e lançou um manifesto criticando a precipitação
da declaração de greve, a insensibilidade quanto aos "desejos
da sociedade em geral", a "radicalização a priori
do debate", a inexistência de uma discussão na universidade
sobre o tema e a falta de diálogo com a reitoria e o governo. Professore
respeitados no meio acadêmico como Gilberto Velho, José Murilo
de Carvalho, Márcio Tavares d'Amaral e Daniel Aarão Reis
assinaram o documento contra a paralisação.
Professores fazem nova assembléia na sexta-feira
Na sexta-feira, os professores vão realizar uma nova assembléia.
- Vamos discutir formas de participação na discussão
sobre a reforma da Previdência. Somos contrários à
reforma - disse a sindicalista.
De acordo com a Adufrj, já está pautado um indicativo de
paralisação na UFRJ no dia da votação em segundo
turno da reforma da Previdência no Congresso Nacional.
Os professores da UFRJ aprovaram também a participação
nos atos dos intelectuais e das entidades que serão realizadas
em Brasília na semana que vem contra a reforma.
Além disso, a Adufrj vai participar da marcha dos servidores,
em Brasília, prevista para o dia 19. Também foi decidida
a participação ativa nas visitas aos parlamentares, cobrando,
em especial dos parlamentares ligados ao setor educacional, o voto contra
a reforma.
Greve no INSS continua por tempo indeterminado
Servidores do INSS decidiram ontem continuar a paralisação
da categoria por tempo indeterminado. Na próxima terça-feira
haverá nova assembléia da categoria.
Segundo o diretor da Federação Nacional dos Sindicatos
dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência
Social (Fenasps), Rolando Medeiros, haverá mais uma rodada de negociações
hoje entre os grevistas e o governo.
Ontem, em outra frente para pôr fim à greve, o Ministério
do Planejamento concedeu uma série de benefícios para o
funcionalismo: aumento este mês de 33,4% do auxílio-alimentação
dos servidores e ressarcimento, também este mês, para servidores
que sofreram desconto previdenciário (11%) sobre cargos em comissão
e funções gratificadas.
Mantega admite que Cide
pode aumentar
Lydia Medeiros e Isabel Braga
BRASÍLIA. Apesar de o governo negar que a reforma tributária
provocará aumento da carga tributária, o acordo entre o
Planalto e governadores para dividir os recursos da Cide, a contribuição
cobrada sobre os combustíveis, pode sobrecarregar o consumidor.
O ministro do Planejamento, Guido Mantega, admitiu ontem que a Cide poderá
ter as alíquotas aumentadas para garantir o acordo com os estados,
de repartir 25% da arrecadação desse tributo. Mantega estimou
que essa receita pode chegar a R$ 10 bilhões - os estados receberiam
cerca de R$ 2,5 bilhões.
- Queremos usar a Cide para financiar projetos privados de investimento
em transporte. A lei permite que a alíquota possa mudar a qualquer
momento. Se uma parte for repartida com os estados, aí sim, será
necessário aumentar para que a arrecadação aumente
- disse o ministro.
Apesar da palavra dada pelo presidente e pelos ministros José
Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci (Fazenda) a cinco governadores na
semana passada, aceitando dividir parte da arrecadação da
Cide, Mantega disse que falta uma decisão do presidente. Essa era
uma das reivindicações dos governadores para a negociação
da reforma tributária.
- Esse acordo não está fechado ainda. Provavelmente a alíquota
poderá ser majorada, levando em consideração também
o preço do petróleo. A Cide aumenta quando o custo do petróleo
cai, de modo que para o contribuinte, o usuário, ele fique mais
ou menos com preço estável - disse o ministro, descartando
um aumento de carga tributária.
O presidente do PT, José Genoino, avisou que o partido vai defender,
nas negociações da reforma tributária no Congresso,
que não haja alterações na divisão dos recursos
da CPMF. Segundo Genoino, o governo já cedeu demais e não
pode partilhar a CPMF com estados e municípios, "que estão
querendo demais".
- Nós já cedemos demais. A União não pode
quebrar - afirmou o presidente do PT após reunião com petistas.
O presidente do PT argumentou que a CPMF já vai para os estados,
com uma parcela para a saúde, pelo Sistema Único de Saúde
(SUS).
- Espero que eles continuem votando com a bancada e o governo. Se votarem
com o governo no segundo turno, politicamente a situação
está resolvida. Ela fica "segundarizada" - afirmou Genoino,
após encontro de dirigentes petistas da área de cultura
no Hotel Nacional.
Governadora critica resistência de Lula
A governadora do Rio Grande do Norte, Wilma Faria (PSB), que participa
da comissão de governadores que negocia com o governo mudanças
na reforma tributária, criticou ontem a resistência do governo
Luiz Inácio Lula da Silva em dividir com os estados os recursos
da CPMF. Segundo ela, Lula está mantendo a política de arrocho
a estados e municípios iniciada pelo ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso e a alternativa será negociar diretamente com o Congresso.
- A repartição da CPMF era a nossa principal reivindicação,
mas o governo federal não cedeu. A nossa luta terá de ser
diretamente com o Congresso, levando aos parlamentares a pressão
dos estados e municípios. As pessoas estão nas cidades pressionando
por justiça social e a reforma tributária deveria ter priorizado
esta questão - argumentou.
Para Wilma de Faria, a promessa de Lula de dividir 25% dos recursos da
Cide, o tributo cobrado sobre a venda de combustíveis, é
uma pequena vitória dos governadores.
Reforma tributária dará
prazo de seis anos para redução de ICMS
Valderez Caetano
BRASÍLIA. A aprovação da reforma tributária
não vai garantir de imediato o fim da guerra fiscal. O relator
da reforma, deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), informou
ontem que vai fixar em seu relatório um prazo para o fim dos incentivos
fiscais. O mesmo deverá ser aplicado nas mudanças na cobrança
do ICMS da origem para o destino. Dentro da comissão, há
quem defenda para a transição um prazo que varia de sete
a 12 anos. O relator adiou para segunda-feira a apresentação
do seu relatório, que estava prevista para amanhã.
- Vamos dar um determinado prazo para a liquidação dos
incentivos. No futuro, quem quiser incentivar poderá ser via orçamento
ou fundos regionais - disse o relator.
Ontem, ele adiantou na reunião da comissão especial os
principais artigos do seu relatório, que mostram a disposição
do governo em ceder em vários pontos para conseguir aprovar uma
reforma mínima na Câmara. Foi também um dia de intensa
negociação que começou com um café da manhã
do ministro Antonio Palocci com os representantes do PT na comissão
especial. Após o encontro, o relator descartou a partilha da CPMF
com os estados, como defendera no dia anterior.
- O governo federal já partilha mais de 50% da CPMF com os estados
e municípios através dos repasses para a saúde, seguridade
social e fundo da pobreza. No curto prazo, não há como repartir
a contribuição com os estados como querem os governadores
- afirmou o relator Virgílio Guimarães, depois do encontro,
afinando o discurso com o do ministro Palocci.
Palocci tem lista dos descontentes com reforma
Ao longo do dia, o Palácio do Planalto e Palocci se dividiram
em conversas com os chamados rebeldes da comissão de reforma tributária,
entre eles o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) e Delfim Netto (PP-SP). No
dia anterior, Palocci já havia conversado com o presidente da CNI,
deputado Armando Monteiro (PTB-PE). O ministro da Fazenda já tem
a lista dos descontentes com a reforma para tentar convencê-los
de que o governo também é a favor de desonerar a produção
e adotar medidas de estímulo ao crescimento.
Por isso, as medidas que foram adiantadas ontem pelo relator agradaram
aos parlamentares da comissão de reforma tributária. Entre
elas, a prorrogação dos incentivos fiscais e a garantia
de desoneração das exportações. Também
agradou a decisão do relator de tirar do projeto qualquer mudança
na Lei das Grandes Fortunas. Tudo ficará como foi estabelecido
na Constituição de 1988, ou seja: o imposto sobre grandes
fortunas será decidido por lei complementar.
O governo também não vai exigir a participação
dos estados e municípios no projeto de renda mínima. De
compulsória, como estava no projeto inicial, esta participação
passará a ser voluntária. O relatório também
prevê que a menor alíquota do ICMS será para os produtos
da cesta básica.
Até amanhã, o governo deverá convocar uma reunião
de líderes para fechar um acordo que inclui a aprovação
do relatório de Virgílio Guimarães na comissão
especial. As mudanças aconteceriam no Senado, quando a Desvinculação
das Receitas da União (DRU), a prorrogação da CPMF
e a partilha da Contribuição de Intervenção
do Domínio Econômico (Cide) seriam votadas em separado.
- O tempo do Senado está ficando cada dia menor. Vamos nos dedicar
para aprovar a reforma até o fim do ano, mas admito que ela não
está madura- disse o líder do governo no Senado, Aloizio
Mercadante.
O que prevê o relatório
NOVENTENA: Volta a constar do relatório da comissão especial
a noventena para início da cobrança de impostos como ITR,
grandes fortunas, IPTU, ICMS e IPI. A implantação das mudanças
no Imposto de Renda da Pessoa Física ou jurídica continuará
respeitando o princípio da anterioridade, ou seja, o imposto só
pode entrar em vigor se for aprovado pelo Congresso no ano anterior.
MICROEMPRESAS: Constará da Constituição que as microempresas
terão tratamento diferente, mas os detalhes serão estabelecidos
por lei específica.
ALÍQUOTAS DO ICMS: Nas disposições transitórias,
a Câmara vai estabelecer alíquotas de 4%, 12%, 15%, 18% e
25% para o ICMS. A maioria dos produtos terá alíquota de
18%. A da cesta básica será de 4%. Os estados com alíquotas
superiores a 25% terão um prazo de seis anos para se adequar às
novas regras. Nos últimos três anos, eles devem reduzi-lo
gradualmente até atingir os 25%.
TRANSIÇÃO PARA O FIM DA GUERRA FISCAL: O relatório
prevê um prazo de transição para o fim dos incentivos
fiscais. Pela proposta anterior, eles acabariam assim que a reforma fosse
aprovada.
COFINS: A Constituição vai definir que a Cofins será
cobrada em apenas uma fase da produção, prevendo um período
de transição.
COBRANÇA DO ICMS: Continuará sendo cobrado de forma híbrida,
na origem e no destino, com dois anos de carência. A partir do terceiro
ano, será feita gradativamente a mudança da cobrança
para o destino.

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