Terça-feira, 07 de outubro de
2003
O Globo
Previdência: isenção
maior para doentes
BRASÍLIA. O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante
(PT-SP), foi obrigado ontem a entrar em campo para impedir que o acordo
com a oposição fosse suspenso e inviabilizasse a conclusão
hoje da votação dos destaques da reforma da Previdência
na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Os líderes do PFL, Agripino Maia (RN), e do PSDB, Arthur Virgílio
(AM), até pensarem em obstrução quando souberam que
o relator Tião Viana (PT-AC) negou que o governo tivesse se comprometido
a dobrar o teto (de R$ 2.400 para R$ 4.800) de isenção da
contribuição previdenciária para pensionistas incapazes
para o trabalho.
No fim do dia, Mercadante ligou para Viana explicando que o acordo com
a oposição incluía sim o aumento da isenção.
Viana, então, correu para corrigir o mal-entendido.
Não há confronto. Se está no acordo, estará
na PEC garantiu o relator.
Viana apresenta emenda ao plenário amanhã
Viana deverá apresentar só amanhã, em plenário,
a nova emenda constitucional com as alterações negociadas
com a oposição. Isso depois de colher as assinaturas dos
23 titulares da CCJ e de pelo menos mais quatro senadores. A emenda deverá
tramitar separadamente da reforma, permitindo que o texto aprovado pelos
deputados seja promulgado antes. As mudanças serão remetidas
para a Câmara, onde terão tramitação normal.
Entre as mudanças que o relator pretende propor está uma
solução para a polêmica sobre o limite para os salários
dos servidores estaduais do Executivo, que seria vinculado ao salário
dos governadores. Isso porque os salários dos governadores de Santa
Catarina e Rio Grande do Sul são baixos. Por isso, eles poderão
mandar para as Assembléias Legislativas projetos de lei reajustando
seus vencimentos, desde que o reajuste não ultrapasse o valor dos
salários dos desembargadores, hoje limitados a 90,25% do salário
do ministro do Supremo Tribunal Federal.

|