Segunda-feira, 08 de dezembro de 2003
O Globo
PEC da Previdência será
votada domingo
Cristiane Jungblut
BRASÍLIA. Praticamente os mesmos senadores que trabalharam no
sábado voltaram ontem ao Senado para a sessão extraordinária
convocada para contar prazo e, com isso, agilizar a votação
das reformas. As sessões do fim de semana contaram prazo especialmente
para a votação da emenda que fixa subtetos para o salário
do funcionalismo nos estados, a chamada emenda paralela da reforma da
Previdência, cuja aprovação interessa aos governadores.
Os senadores saíram já sabendo que terão de trabalhar
nos dois próximos fins de semana. O líder do governo no
Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), afirmou que a emenda paralela deverá
ser votada no próximo dia 14, em pleno domingo.
Trabalhos devem prosseguir até dia 22
O segundo turno, segundo Mercadante, ocorreria no dia 22. Mas, para que
as votações aconteçam, os 81 senadores terão
que trabalhar no próximo fim de semana e não apenas o grupo
escalado para garantir quórum ontem e anteontem.
As sessões de sábado serviram apenas para contar prazo.
Não houve votações, somente discursos. Ontem reuniram-se
24 senadores, um a mais que sábado. O presidente do Senado, José
Sarney, abriu a sessão às 10h, já com 14 senadores.
Mercadante estabeleceu um prazo de votação também
para as reformas da Previdência e tributária. Segundo o senador
petista, o segundo turno da reforma da Previdência será votado
na quarta-feira. Já a reforma tributária deverá ser
votada em primeiro turno no dia 11 e em segundo turno no dia 19.
Mas tanto Mercadante quanto Sarney acreditam que os trabalhos do Congresso
poderão se estender até dia 29, por causa da proposta do
Orçamento da União de 2004. Os parlamentares não
podem entrar em recesso enquanto o Orçamento não for aprovado.
Ontem, o PT contou com a presença de cinco senadores, contra quatro
do PFL. No sábado, foram seis do PFL contra quatro do PT.
Líder quer o fim de incentivos
já
BRASÍLIA. Apesar de ter sido fechado um amplo acordo em torno das
mudanças, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante
(SP), disse que os incentivos só deveriam continuar sendo concedidos
até a promulgação da reforma tributária, no
início de 2004.
Na sexta-feira os senadores e o governo fecharam um acordo adiando o
fim da guerra fiscal. O texto original da reforma tributária enviado
pelo governo ao Congresso que pelo acordo deverá ser retomado
determina que a vigência dos atuais incentivos fiscais seja
decidida em lei complementar, sem data para aplicação. Com
isso, na prática, ficaria adiado o fim da guerra fiscal.

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