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Editorial
Cartas
Colunas
- Informe
jurídico
- PSS sobre
1/3 das férias
- Gratificação natalina
- GDAT dos
aposentados ainda sem data
- 28,86%, erros de cálculo provocam atraso
- Curtas
- Trabalho
parlamentar
- Rápidas
- Fazendários do Amor
- Unafisco lança livro
- Auditor
biografa - Adolph Hitler
- Mérito de Tamandaré
- Estácio/Convênio
- Espaço
do associado
- Unafisco Saúde: deve haver subsídio aos mais
idosos?
Matérias

E
a luta continua...
Após muito empenho de colegas,
que sacrificaram família e lazer trabalhando incansavelmente até
a madrugada e nos fins de semana, finalmente o relatório do Projeto
de Lei de Conversão da MP 2.175-29, que dispõe sobre a reestruturação
da nossa carreira, foi encaminhado à Mesa Diretora da Câmara,
com as modificações que propusemos.
Tal esforço contrastou com
a má vontade da administração da SRF, que em nenhum
momento incentivou ou facilitou o trabalho do sindicato em benefício
da categoria. Na verdade, muitas vezes, o prejudicou.
Fora isso, garantimos ainda o pagamento
dos atrasados dos 3,17%, que todos recebemos em dezembro e ajudamos a
manter e ampliar o adicional de periculosidade para o pessoal do aeroporto.
No Fórum Social Mundial, participaremos de vários eventos
ligados à área tributária, discutindo alternativas
contra a pobreza e a exclusão social.
Mas não é só.
A DS/RJ está discutindo, em bases
democráticas e mais humanas, os problemas do nosso plano de saúde.
Dizeres do tipo "não existem fórmulas mágicas"
ou "o plano deve se adaptar ao mercado", não podem servir
como argumentos únicos a embasar a discussão, sem aprofundar
a característica básica do nosso Plano, que é o fato
de ele não ser comercial. A luta por uma sociedade mais fraterna
e justa deve começar em casa.
Não bastassem todas essas frentes,
paira sobre nossas cabeças mais uma ameaça: o governo enviou
ao Congresso projeto de lei "regulamentando" o direito de greve
dos servidores públicos. Uma verdadeira corrida de obstáculos.
De acordo com o projeto, as decisões de assembléia só
terão validade com a presença de dois terços da categoria.
Aprovado o indicativo de greve, ela só poderá ocorrer após
40 dias. Conseguindo-se manter uma mobilização até
lá, apenas 50% da categoria poderá permanecer em greve.
Tudo isso sob ameaça de multa, para os sindicatos, e de demissão,
para os servidores.
A lamentar - não poderíamos
deixar de nos manifestar - o bárbaro assassinato do prefeito de
Santo André, Celso Daniel. Preocupa-nos, e muito, a possibilidade
da volta dos atentados políticos, revivendo os tempos dos ataques
à OAB e ao Riocentro. Naquela época, a extrema direita,
autora dos atentados, procurava lançar uma cortina de fumaça,
atribuindo-os à esquerda. Agora surge a FARB. Seria a história
se repetindo? A sociedade exige das autoridades (in)competentes, respostas
e soluções.

Passo
importante!
(...) A Delegacia Sindical
do Rio de Janeiro, ao promover o Seminário "Uma Receita para
o Brasil" deu um importante passo no sentido de contribuir para melhorar
a distribuição de renda no País, lutando por uma
Receita Federal mais justa. (...) O seminário foi excelente, com
muita informação de qualidade.
Li com satisfação a
matéria sobre este evento no Jornal "Agente Fiscal",
bem como a publicação do resumo da palestra de Paulo Nogueira
Júnior no site da DS Rio, tendo, inclusive, reproduzido a mesma
no site da Delegacia de Porto Alegre.
O tema é relevante e deve ser
mais debatido com a categoria. (...) Precisamos cada vez mais de eventos
dessa natureza, assim como é necessário que tenhamos veículos
como o jornal "Agente Fiscal" para divulgar mais as iniciativas
e as resoluções adotadas.
Sabemos das dificuldades que nossa categoria
enfrenta para participar das atividades sindicais e, diga-se, não
é apenas a nossa categoria que as enfrenta.
Mas aumentar a participação
é um trabalho de médio e longo prazo e, tenho certeza, a
DS Rio vai continuar trabalhando nessa direção.
Maria Regina Paiva Duarte
Presidente DS/POA
Cartas para esta coluna:
jornalismo@unafisco-rj.org.br

Bandeira
de Melo
Acho muito bom que a assistência
jurídica dos associados seja feita exclusivamente pelo Bandeira
de Melo. Não faria sentido pagar R$ 3.400,00 por mês e não
usar os serviços do escritório. O telefone 0800 também
é um grande avanço e traz segurança para quem trabalha
na Aduana ou na externa.
Sérgio Magalhães

Informe
jurídico
PSS
sobre 1/3 das férias
A Gerência Regional
de Administração/RJ prometeu creditar em folha suplementar
a devolução da PSS sobre o um terço constitucional,
descontado por ocasião das férias usufruídas de agosto/janeiro
último.
A GRA reconheceu haver cometido o
equívoco, uma vez que existe liminar concedida favoravelmente em
ação movida pelo Unafisco contra a cobrança do PSS
sobre o um terço de férias.
Gratificação
natalina
Alguns AFRF sofreram indevidamente
o abate-teto na gratificação natalina do contracheque de
novembro. A DS continua negociando com a GRA a devolução
do desconto. A gratificação natalina está excluída
do teto por força da Lei nº 8.852/94.
GDAT
dos aposentados ainda sem data
Encontra-se ainda na pauta de julgamento
do TRF da 1ª Região sem data definida para julgamento, a ação
judicial em que o Unafisco pede a extensão do pagamento da GDAT
aos aposentados e pensionistas.
O Tribunal segue em recesso até
meados de fevereiro. Portanto, ao que tudo indica, somente após
o carnaval deverá ser agendada a nova data do julgamento.
Além da extensão da
GDAT aos aposentados, será julgado também se o pagamento
da gratificação será feito no percentual pago aos
ativos. Os fiscais da Previdência já recebem até 50%
do vencimento.
28,86%,
erros de cálculo provocam atraso
O atraso verificado na distribuição
das fichas em que os associados autorizarão os advogados do Unafisco
a ingressarem com a execução do julgado das ações
judiciais relativas aos 28,86% decorreu do pedido de revisão dos
cálculos, em vista de erros encontrados.
Tão logo você receba
a ficha, verifique os cálculos (exija a correção,
caso haja erro), preste as informações solicitadas e autorize
a execução do crédito em seu nome, enviando de volta,
o mais rápido possível, a ficha de adesão ao Unafisco.
AFRF
ganha periculosidade no aeroporto
A união de esforços
dos colegas do Aeroporto Antônio Carlos Jobim, da Administração
da unidade e da DS/RJ obteve uma grande conquista: quase todos os Auditores-Fiscais
lotados no AIRJ, inclusive os transferidos para o novo prédio Administrativo,
terão direito ao adicional de periculosidade.
O Ministério do Trabalho reconheceu
haver risco acentuado, devido à exposição intermitente/habitual
ou contínua, em áreas e ambientes onde os AFRF exercem atividades
profissionais.
NOVOS BENEFICIÁRIOS.
Aumentou o número total de beneficiários. Apenas aos servidores
lotados no Depósito Central das Lojas Francas (quatro AFRF) não
foi reconhecido o direito ao adicional de 10%, que incide sobre a remuneração
do cargo efetivo.
Embora com validade temporária,
a decisão poderá servir de base para a sua própria
renovação no próximo ano, caso não se alterem
as normas nem as condições de risco nos ambientes do aeroporto
onde os Auditores-Fiscais trabalham.
VISTORIA DESFAVORÁVEL. Tendo
em vista mudanças nas instalações do AIRJ e a renovação
anual do Laudo de Caracterização de Periculosidade da Delegacia
Regional do Trabalho, a DS/RJ contratou os serviços do perito Régis
P. de Souza, para elaborar um laudo que ajudasse a garantir o direito
ao adicional de periculosidade.
Durante três meses, o perito percorreu toda a área do aeroporto,
inclusive as novas instalações administrativas, acompanhando
todas as atividades dos AFRF. Meticuloso, respaldou o laudo favorável
à categoria com farto material fotográfico e uma pesquisa
judiciosa, em que cita amplo "repertório jurisprudencial",
com base em posicionamentos do TRT e do TST.
Apesar disso, no final do ano passado,
a Delegacia Regional do Trabalho fez uma vistoria, e a conclusão
nos foi extremamente desfavorável. Vetou uma série de quesitos
já adquiridos em anos anteriores e retirou de grande parte dos
AFRF o direito ao adicional.
RECONSIDERAÇÃO DO LAUDO.
Após uma reunião da DS com os AFRF do aeroporto, alguns
colegas passaram a acompanhar e subsidiar o trabalho do perito, novamente
contratado, agora, para elaborar um pedido de reconsideração
do laudo oficial. Paralelamente, foram feitos diversos contatos com representantes
da DRT.
As argumentações do
pedido de reconsideração foram exaustivas, embora preservando
a autoridade dos peritos do Trabalho. Ao final, ficou caracterizada a
presença de dois agentes periculosos (explosivos e radiações
ionizantes) e o risco de periculosidade em quase todas as áreas
do aeroporto. O que levou o pedido de reconsideração a ser
acatado.
No caso do Depósito Central
das Lojas Francas, é polêmico o não reconhecimento
da existência de risco, como previsto na última determinação
normativa. O armazenamento e a etiquetação de alerta não
eliminam as condições de risco. Não obstante, predominou
o entendimento convencional da norma.

Curtas
Impunidade
1. Corruptos, assassinos e seqüestradores agradecem o
tratamento. Depois do Maluf, já nasceu em São Paulo o PCC,
incendiando presídios, comendo coração humano em
rebelião e lançando manifesto pela internet. Agora (herdeiro
da violência militar fascista da ditadura) surge a FARB: assumiu
a morte do prefeito de Campinas, já ameaçou 18 outros prefeitos,
deputados e senadores, todos do PT, e é suspeita do violento assassinato
do prefeito Celso Daniel.
Impunidade
2. O governo federal não repassou aos Estados mais da
metade do dinheiro destinado a Segurança Pública do país
ao longo do últimos cinco anos. Sobra de caixa serve para pagar
os juros da dívida, que não pára de crescer. Aquela
turma volta a agradecer.
Globalização.
A vontade foi de jogar no lixo, mas a indignação vai se
somando para a hora do voto. Sem a menor cerimônia, o cartão
que o Banco do Brasil enviou aos correntistas desejando Feliz 2002, Brasil
dizia: "A paz nasce dentro de cada um de nós. Amor nunca é
demais. O Brasil é do mundo. O Brasil é de paz." (grifo
nosso)
Inconformismo
oficial. Inconformada com a Justiça Civil, que teimava
em cumprir a lei, a ditadura militar transferiu os poderes dos Juizes
de Direito para os Juizes Militares, através do AI-2/65. Agora
foi a vez do STJ, que teimava em cumprir a lei. O Decreto nº 4010/2001
estabelece que a liberação de recursos para o pagamento
dos servidores federais só ocorrerá mediante a expressa
autorização do presidente da República. Desloca para
o STF o julgamento de ações sobre a matéria. Fica
desrespeitado o Art. 60, III da Constituição Federal.

Entrevista:
deputado Roberto Pessoa
Nossas chances para aprovar a MP 2.175-29
O relator da MP que dispõe
sobre a reestruturação da carreira, deputado Roberto Pessoa
(PFL/CE), diz que "relatório bom é aquele que é
aprovado", e ele conta com a mobilização e a "união
de todos os envolvidos no trabalho de sensibilizar os parlamentares, as
lideranças e o próprio Executivo". Em entrevista ao
Agente Fiscal, o deputado conta como costurou o relatório que,
segundo ele, atende a 90% das reivindicações das categorias
envolvidas e já tem 50% de chances para vencer, devido à
"capacidade de mobilização, coesão e conhecimento
técnico e político" que as categorias envolvidas demonstraram
ter para garantir as conquistas.
Como foi
o trabalho de preparar o parecer favorável aos interesses das categorias
envolvidas na MP?
Roberto Pessoa: Nosso trabalho começou com uma ampla discussão
com as categorias envolvidas, através das lideranças, e
em reuniões com as bases que fizemos em vários momentos.
Também fizemos contatos com o Executivo nas áreas pertinentes
- Receita, Trabalho e Previdência - e ainda no próprio parlamento
com os colegas, principalmente aqueles que apresentaram emendas à
MP.
Permeando todo o processo, predominou
nosso entendimento de que as carreiras contempladas na MP são essenciais
na construção de um estado gerencialmente forte, mas socialmente
justo. Para isso, nosso relatório tinha que resgatar a auto-estima
desses servidores, pela sua valorização profissional, melhoria
salarial e critérios objetivos de avaliação. Com
isso, o maior beneficiário será o Estado e o usuário
do serviço prestado por ele.
Meu partido, o PFL, me deu total apoio
e colocou o deputado Mussa Demes, um especialista na área e muito
experiente por relatorias afins, para me auxiliar, resultando uma parceria
que eu considero muito bem sucedida. Além disso, contei diuturnamente
com o apoio técnico da consultoria da Câmara, que é
do mais alto nível.
Foram
muitas as proposições feitas pelas categorias envolvidas?
RP: Sim. No
primeiro momento, tínhamos o sentimento de que a relatoria estaria
limitada às categorias originalmente incluídas na MP. Depois,
fomos convencidos politicamente, regimentalmente e juridicamente de que
poderíamos avançar, contemplando segmentos que fazem parte
da estrutura desses órgãos mas foram profundamente injustiçados
pela exclusão na MP.
Em relação às
categorias originais, os pleitos eram absolutamente justos dentro do princípio
que eu já tinha definido, de fortalecimento da máquina arrecadadora
com a garantia da transparência e da independência do agente
arrecadador com o reconhecimento do direito do aposentado. Considero que
o agente público de fiscalização e de arrecadação
corre risco de vida, sofre pressão de toda natureza, é coagido.
Então quem quiser um Estado forte tem que primeiramente fortalecer
o servidor. E foram essas garantias que eu procurei incluir no meu relatório.
Chegou
a haver contradição entre essas proposições?
Como foi possível superá-las?
RP: Praticamente
não. Foi estimulante para o trabalho a percepção
da grandeza e coesão das lideranças envolvidas. Acho que
tínhamos 80% de convergência e nosso relatório conseguiu
atingir 90 por cento.
Como
sempre acontece quando há muitos interesses envolvidos, também
nesse caso houve descontentes?
RP: Nem Jesus
Cristo conseguiu agradar a todos. Acho que tive sensibilidade política
e contei com o discernimento técnico dos consultores que trabalharam
comigo. Agora é trabalhar para aprovar o meu relatório.
Eu sempre disse que relatório bom é aquele que é
aprovado. Isso agora é que é importante.
Na sua
opinião, qual deve ser a estratégia dos servidores, agora?
RP: Considero
o relatório, numa escala de zero a 10, no patamar cinco. Temos
então cinco etapas a vencer, para as quais é fundamental
a união de todos os envolvidos no trabalho de sensibilizar os parlamentares,
as lideranças e o próprio Executivo, principalmente a Casa
Civil e os Ministérios aos quais estão vinculados os Órgãos.
Acho que seremos bem sucedidos porque as categorias envolvidas já
demonstraram capacidade de mobilização e conhecimento técnico
e político para garantirem as conquistas que estão no relatório.
O Sr.
julga o retorno dos trabalhos parlamentares o momento mais adequado para
acelerar o processo para a votação final? Qual seria o momento
mais oportuno para concentrarmos nossas pressões (lobby)?
RP: Entendo
que só devemos levar o relatório a votação
após cumpridas as etapas que mencionei, de sensibilizar os parlamentares
para aprovação do relatório. Esse trabalho, que é
legítimo e fundamental, deve começar nos primeiros dias
de fevereiro.
A
pressão agora não é só
na base parlamentar
Com o relatório favorável
às categorias envolvidas no Projeto de Lei de Conversão
da MP 2.175-29 na Mesa Diretora da Câmara, o passo agora é
o convencimento dos parlamentares da justeza do que queremos. Para isso,
nada mais indicado que a pressão exercida na própria base
de cada parlamentar.
Evidentemente, não será
relegado a segundo plano o trabalho dentro do próprio Congresso,
junto às lideranças. Mas, como afirmaram o senador Roberto
Saturnino Braga (PSB-RJ) e o deputado federal Vivaldo Barbosa (PDT-RJ),
em suas palestras proferidas no final do ano passado no auditório
do Unafisco, os parlamentares são mais sensíveis aos apelos
que vêm de casa (na sua base).
Por isso, a DS/RJ disponibilizou em
sua página na internet (www.unafisco-rj.com.br) um banner para
envio de e-mail sobre o assunto a todos os parlamentares do Rio de Janeiro.
Se o leitor preferir, pode enviar a mensagem padrão, lá
também disponível.
Em nível nacional, foi formado
um grupo de trabalho integrado por representantes de várias das
carreiras envolvidas na MP 2.175-29. Seu principal objetivo é traçar
estratégias de ação para o trabalho parlamentar,
que será intensificado quando o Congresso retomar as suas atividades,
em meados de fevereiro. À sua primeira reunião estiveram
presentes o Unafisco Sindical, ANAMPS, ANSARF, ANASPS, ANFIP e SINAIT.
Mas não é só o trabalho parlamentar que deve ser
intensificado. Temos também que convencer o Executivo de que a
construção de um Estado forte passa pela valorização,
capacitação e melhoria salarial de seus servidores. Tarefa
árdua, mas não impossível.
Para isso, além do trabalho
do sindicato, e de cada um de nós, devemos chamar à responsabilidade
os colegas que se encontram em função de chefia. É
importante que eles assumam o pleito como seu - é de fato de toda
a carreira AFRF - irradiando para seus superiores a vontade da categoria
e atuando como elo de transmissão, para fazer chegar à alta
administração da SRF a necessidade de seu irrestrito apoio
ao Projeto de Lei de Conversão, inclusive junto aos parlamentares.

Trabalho
parlamentar
Governo manipula
IR
A partir de 1º de janeiro o
desconto do Imposto de Renda na folha é menor. Beneficia a maioria
dos trabalhadores, mas é um alívio que não anula
o gosto do fel.
Como não cabe ao governo ignorar
a Lei, o que dizer senão que a MP foi fruto de má fé?
Ao vetar a lei que corrige a tabela do IR, substituindo-a pela MP, a idéia
da equipe econômica, subscrita pelo Planalto, foi criar um impasse,
para que tudo continue como está, atropelando a Constituição
uma vez mais.
Revolta.
Sobre a suposta isonomia com as pessoas físicas que as empresas
poderiam alegar na Justiça, o deputado federal Milton Temer (PT/RJ),
que tem apoiado as iniciativas do Unafisco na questão tributária,
de seu retiro de férias pelo recesso parlamentar, por telefone,
acrescenta:
"Mesmo que fosse verdade que
o nosso projeto cometesse o erro alegado pelo governo, isso não
seria grave, uma vez que esses setores não têm potencial
para dinamitar o sistema tributário nacional, como é o que
acontece com os grandes lucros das grandes empresas multinacionais. O
mais revoltante é que o governo mais uma vez se volta contra os
brasileiros para proteger interesses externos".
A revolta, aliás, é
unânime: o presidente da OAB, Rubens Approbato, prepara uma Ação
Direta de Inconstitucionalidade, questionando a MP, a Confederação
Nacional das Profissões Liberais (CNPL) já deu entrada à
sua (dia 21/01), os partidos de oposição, particularmente
PT e PDT, também preparam ações. Osiris Lopes Filho,
ex-secretário da Receita, vai mais longe: a MP "demonstra
o vale-tudo praticado pelo governo FHCalabar". Até os aliados
"insistem com FHC" para mudar a MP, antes que o Congresso o
faça.
Discriminação.
Approbato afirma que a MP é discriminatória, porque cria
um mecanismo de compensação às custas das empresas
prestadoras de serviços. "O governo deu com uma mão
e tirou com a outra", disse. Segundo ele, "para defender o Real,
o governo sempre afirmou que não existe imposto maior do que a
inflação. Não é justo que cobre isso do contribuinte
agora".
Osiris Lopes sustenta que os parlamentares
"têm a obrigação moral de restabelecê-lo
[o projeto] e, ao votar a MP, de derrubá-la". Germano Rigotto
(PMDB-RS) e Aloízio Mercadante (PT-SP), articulam, cada um em suas
áreas de influência, modificar a MP.
"O que Everardo chama de empresa,
na prática, é a forma jurídica do desempregado, sobretudo
de mais idade, voltar ao mercado de trabalho, oferecendo seus préstimos
sem nenhuma proteção social", afirma Mercadante. Para
ele, FHC é responsável pela maior derrama fiscal da história:
"a carga fiscal passou de 26% sobre o PIB, em 1993, para 34% em 2002.
A maior parte paga pela espremida classe média".
Rasteira
no Congresso. Se tudo der certo, FHC espera faturar, com a
rasteira que deu no Congresso, pelo menos três ganhos: fazer sua
imagem de austeridade (não cedeu aos políticos gastadores),
melhorar a imagem pessoal (de que tem firmeza) e manter o ajuste fiscal,
aos olhos do FMI. Mesmo que penalizando a classe média e esburacando
a base eleitoral. Eleitoralmente, tiraria ainda o mérito do Congresso
sobre a nova alíquota do IR.

Fórum
Social Mundial
A
sociedade contra a globalização
No mesmo período em que os
que decidem os rumos da economia do planeta se reúnem em Nova Iorque
no Fórum Econômico Mundial - entre 31/01 e 05/02 - ongs,
movimentos sociais e entidades civis do mundo todo, dentre elas o Unafisco
Sindical, estarão em Porto Alegre, no II Fórum Social Mundial.
O FSM é um espaço democrático
construído pela sociedade civil mundial, para trocar experiências
e debater políticas alternativas que se contraponham ao modelo
de globalização imposto pelo capital internacional e seus
representantes locais, governamentais ou não.
Quem vai. Até o fechamento
desta edição, estavam confirmadas as presenças de
Adolpho Peres Esquivel, Nobel de 1980, Rigoberta Menchu, Nobel de 1992
e de Maireade Corrigan Maguirre, Nobel de 1976, além de diversas
outras personalidades internacionais, reconhecidas pela luta em prol da
construção de uma sociedade planetária mais justa.
A previsão é de que
cerca de 50 mil pessoas, entre delegados, ouvintes e imprensa, estarão
no FSM, em Porto Alegre, discutindo temas como: produção
das riquezas; o acesso às riquezas e sustentabilidade; a afirmação
da sociedade civil e dos espaços públicos e poder político
e ética na nova sociedade.
Destaques. A palestra de abertura
- "As Guerras e a Paz no Mundo" - será proferida pelo
professor Noam Chomsky (EUA). Na programação paralela se
destacam o II Fórum Parlamentar Mundial, o Fórum de Autoridades
Locais pela Inclusão Social e o 1º Fórum Mundial de
Juízes.
As centrais sindicais que participam
do FSM também realizarão um Fórum específico.
Discutirão como fortalecer o movimento sindical frente à
desregulamentação do trabalho e às tentativas de
enfraquecer a legislação trabalhista, entre outros temas.
A página do Fórum na
internet é: www.forumsocialmundial.org.br

Unafisco
Sindical e ATTAC, ação conjunta
Quatro intervenções
oficiais. A participação do Unafisco na programação
do FSM/2002 inclui dois seminários, juntamente com o grupo ATTAC
(Associação pela Taxação das Transações
Financeiras e Apoio aos Cidadãos), dias 1 e 2 de fevereiro.
No dia 3/02, nossos representantes
participarão da Oficina sobre o projeto "Tributo à
Cidadania", onde se discutirá estratégias de enfrentamento
contra a pobreza e a exclusão social. Dia 4/02, estaremos também
no seminário sobre a "Auditoria Cidadã da Dívida".
Questão tributária.
Nos seminários com o ATTAC a ênfase é a questão
tributária: "O Sistema Tributário e a nova (des)ordem
Econômica", dia 1º de fevereiro, e "Tributação,
Justiça Fiscal, Justiça Social", dia 2/02. Em ambos
haverá a presença de um representante internacional, um
economista e o presidente do Unafisco Paulo Gil.
No primeiro seminário, a tese
"A Reforma dos Ricos e o Conflito Distributivo" demonstra a
importância do sistema tributário na distribuição
da renda e da riqueza. Propõe-se alterações que fortaleçam
o poder político e econômico nacional e revertam a legislação
tributária que transformou o país no paraíso fiscal
do grande capital.
No seguinte, a tese "A Rebelião
da Cidadania" reflete sobre um arcabouço tributário
que aponte no sentido da Justiça Fiscal e do bem-estar social.
Já no seminário sobre auditoria da dívida, o objetivo
é organizar a auditoria cidadã das dívidas interna
e externa, como oportunidade para um espaço político propício
ao debate do processo de endividamento do país.

Rápidas
Fazendários
do Amor
A turma do "Bloco Recreativo
Fazendários do Amor" esquentou a bateria. O desfile acontece
dia 9/02, sábado gordo de Carnaval. A partir das 10 horas começa
a concentração que este ano retorna à Rua Debret,
atrás do Ministério da Fazenda. O
desfile sai às 12 horas, seguindo pela Araújo Porto Alegre,
Av. Rio Branco e Rua da Carioca. Em janeiro foi escolhido o enredo do
samba: "Tributo à cidadania".
Unafisco lança
livro
Não é proporiamente
a versão nova da Divina Comédia, mas o livro Brasil: inferno
e paraíso fiscal, que o Unafisco Sindical lança durante
o FSM, em Porto Alegre, conta mazelas da 'era' FHC. A publicação
é uma parceria com o ATTAC, a agência francesa que articula
mundialmente as lutas contra a globalização neoliberal dos
mercados. Quem leu, adorou.
Auditor biografa
Adolph Hitler
Fernão Avelino,
Auditor-Fiscal aposentado, relançou recentemente seus estudos sobre
a vida do maior terrorista de Estado da história da humanidade.
A obra Hitler - O Anticristo do século XX (A face oculta do nazismo),
da Litteris Editora, vem bem a calhar e não tem nada a ver com
a biografia de um texano famoso. Esta ainda está por ser escrita.
Mérito
de Tamandaré
Ex-aspirante da Escola Naval, o Auditor-Fiscal
Adauto Luiz dos Santos foi homenageado pelos ex-companheiros da Marinha
com a Medalha do Mérito de Tamandaré, em dezembro último.
Recebeu a comenda pelas "qualidades morais e profissionais, comprovada
competência e ação destacada e eficaz em prol dos
interesses e do bom nome da Marinha do Brasil".
Estácio/Convênio
A grande procura de Auditores-Fiscais
e seus dependentes pelos convênios com a Universidade Estácio
de Sá (111 casos) indica o sucesso da iniciativa. Como dissemos,
os cursos da Politécnica e de pós-Graduação
têm descontos de 15% e 20%. Os cursos regulares da Graduação,
no entanto, oferecem descontos em torno dos 50%.

Espaço
do associado
Unafisco
Saúde: deve haver subsídio aos mais idosos?
Muito se comenta, em outros estados,
que o Unafisco Saúde se encontra deficitário por causa do
prejuízo causado pelo Rio de Janeiro, que por ter mais associados
idosos, seria a fonte do desequilíbrio do Plano. Alega-se, ainda,
que queremos pagar mensalidades de plano de segunda e receber em contrapartida
um serviço de primeira. Em linguajar popular, pagar por um fusquinha
e andar de Mercedes.
Criou-se, encorajado sabe-se lá
por quem, o mito de que a salvação do Plano é, simplesmente,
tornar as faixas de contribuição auto-sustentáveis.
Falácias. Primeiro, porque não é apenas no Rio que
se encontra o déficit. Segundo, porque não estamos pagando
preço de fusquinha. Terceiro, porque o atendimento no Rio de Janeiro,
atualmente, não chega a ser uma Mercedes. Quarto, porque as faixas
não devem ser auto-sustentáveis.
O Unafisco Saúde foi criado
com a finalidade de fugir da ganância dos planos de saúde
privados, oferecendo aos AFRF um plano mais barato, mais seguro e mais
humano que os comerciais. A auto-sustentabilidade das faixas contraria
esse espírito, pois pessoas idosas já gastam mais com sua
saúde.
Além disso, teoricamente, em
determinada ocasião o ora idoso contribuiu com mais do que usufruiu,
ou seja, "deu lucro" ao Plano, e subsidiou alguém. É
justo que agora seja também subsidiado por outro, mais jovem.
O que pode e deve ser dimensionado
é o tamanho do subsídio, que não poderá ser
tal que desestimule a adesão dos mais jovens.
Devemos, ao contrário, estimulá-los
a aderir ao Plano, através de um programa de divulgação
do Unafisco Saúde convincente de que o nosso custo-benefício
é melhor que o de outros Planos, o que vem sendo feito, até
aqui, de forma pouco eficiente.
Quanto à Mercedes, é
necessário que se melhore a rede de hospitais credenciados (rede
D'or, por exemplo) para que se possa falar nisso.
Pedro Delarue é
Vice-Presidente da DS/RJ

ALCA
A
quem serve a Alca?
Apresentada a plenos pulmões
pelos padrinhos da idéia, como um projeto revolucionário
- "desenvolver maiores oportunidades de comércio para todos"
- a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) está
cada vez mais distante da meta anunciada pelo embaixador dos Estados Unidos
no Brasil, Cristobal Orozco, de um "futuro partilhado no livre comércio".
A aprovação, pela Câmara
de Representantes dos EUA, da Trade Promotion Authority (Autorização
para Promover o Comércio), que dá poderes ao presidente
G. Bush para bater o martelo nas negociações, deixa evidente
que o projeto norte-americano para a Alca consiste na exclusiva expansão
dos negócios de suas empresas e indústrias no hipermercado
latino-americano sem impostos: mais de 500 milhões de consumidores.
Dois pesos, duas medidas. O caráter
protecionista e nacionalista da decisão norte-americana é
evidente, ao contrário das fantasias ideológicas que se
prega com a Alca. Bush "não está autorizado" a
fazer concessões nas principais áreas de interesse do Brasil,
por exemplo. Os dois pesos, duas medidas aparecem com todas as letras
no Bipartisan Trade Promotion Authority Act of 2001, que pode ser encontrado
na internet:
http://waysandmeans.house.gov/full-comm.htm.
O posicionamento do parlamento norte-americano
nega, frontalmente, as "Alternativas para as Américas",
elaboradas pela Cúpula dos Povos das Américas, que vem se
reunindo anualmente desde o primeiro encontro em Santiago do Chile, em
abril de 1998. O texto se encontra na página do Fórum Social
Mundial:
(www.forumsocialmundial.org.br).
O documento latino-americano baseia-se
"no desejo dos povos do continente de viver e crescer como seres
humanos dignos". As "alternativas" que apresenta resultam
do "diálogo estabelecido" através da Aliança
Social Continental (ASC), onde atuam as redes nacionais que lidam com
comércio e integração, centrais sindicais, ongs,
igrejas etc. latino-americanos.
Recuo nas negociações.
Especialistas brasileiros na questão da Alca, como o economista
Paulo Nogueira Batista Jr. e o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães
identificam a aprovação do fast track (a autorização
para Bush acelerar a Alca), senão como o tiro de misericórdia
no projeto, um grande recuo em todas as negociações até
aqui entabuladas.
Um dos principais conceitos produzidos
nas negociações e "princípio geral" das
"Alternativas" sustenta que "nenhum país pode, nem
deve, permanecer isolado da economia mundial. Contudo, isto não
quer dizer que o atual modelo de neoliberalismo, ou política de
mercado livre, é a única ou a melhor forma de integração
econômica". Para os EUA, Cuba está fora.
Segundo Nogueira Batista, aprovado
o fast track, "a maioria dos defensores da Alca recolheu-se, constrangida,
a um silêncio tumular". FHC ensaiou dizer: o "Brasil está
fora", para o Ministro das Relações Exteriores, que
deixou "a porta aberta". Na verdade, arremata Nogueira Batista,
"se quisermos continuar na mesa de negociação, ficaremos
basicamente circunscritos à discussão dos temas de interesse
dos EUA".

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